
O MLB (Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas realizou neste sábado (10/05), uma manifestação dentro de uma unidade do supermercado Assaí, em Diadema. A ação faz parte da campanha nacional “Mães Contra a Fome”. Cartazes levados pelos manifestantes também pediam o aumento do salário-mínimo e a redução do preço dos alimentos. Segundo a organização, a campanha ocorrerá em mais de 20 estados. O protesto também reforçou a campanha pelo fim da escola 6×1.
Os manifestantes chegaram pela manhã com cartazes com frases pelo aumento do salário-mínimo e redução do preço dos alimentos. “De acordo com dados de pesquisa do Dieese (Departamento intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos), 45% dos lares brasileiros são sustentados por salários que não ultrapassam o salário-mínimo no Brasil (R$1.518). Isso equivale a 12,8 milhões de lares em insegurança alimentar. Por outro lado, o preço da cesta básica de alimentos já supera o valor de R$ 800.”, aponta a organização.
“A gente vai no mercado e tudo tá tão caro e não consegue comprar tudo, tem que comprar o mais necessário. Deixamos muitas coisas sem comprar com as coisas do jeito que tá (sic)”, afirma Lucineia Maria de Araújo na manifestação. “Estamos aqui para lutar pelas nossas cestas, porque sabemos que esse mercado desperdiça um monte de comida.”, acrescentou.
O grupo ressalta que 27 milhões de toneladas de comida são desperdiçadas por ano no Brasil e 11 milhões de mães, que são chefes de família, “vivem a angústia de não saber se vão conseguir alimentar seus filhos”.
“A fome é uma questão de classe e o sistema capitalista é o maior responsável por ela. Enquanto poucos acumulam fortunas, milhões sobrevivem com pouco e dependem de doações e até de resto de comidas. Por isso lutamos por um país onde comer não seja um privilégio, mas um direito.”, disse Cristina Damásio, coordenadora do Movimento, durante a manifestação.
O MLB ainda reforça o problema da desigualdade econômica no País. “55 bilionários concentram a mesma riqueza de 50% da população brasileira. Dentre eles, as empresas como Carrefour, GPS e Assaí faturaram mais de R$ 200 bilhões no ano de 2023.”.