Ciclovias e tratamentos alternativos na Saúde são apostas de Marcelo Reina

Candidato à Prefeitura de Santo André pelo PSol, Marcelo Reina vê na construção de ciclovias e disponibilização de 500 bicicletas aos munícipes como uma das formas de melhorar o trânsito na cidade. Além do sistema inspirado no projeto Vélib, aplicado na Grande Paris, na França, o prefeiturável socialista afirma que a mobilidade urbana é uma de suas prioridades e irá implantar corredores de ônibus temporários – válidos apenas para os horários de maior congestionamento -, e o bilhete único.

A Saúde é outro tema que merece atenção, segundo o candidato, que propôs o aumento no número de leitos e implantação de tratamentos complementares, como acupuntura e reiki. Entre as propostas, o candidato ressaltou durante entrevista ao RDtv as ações que fará caso eleito prefeito em relação à habitação, revitalização do centro, Paranapiacaba e para o Cine Teatro Carlos Gomes.

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Confira os principais trechos da entrevista:

RDtv – Quais são suas principais propostas caso seja eleito aqui na cidade de Santo André?

Marcelo Reina – A nossa proposta é de uma revolução. É uma mudança estrutural. Nós não entendemos esse modelo de política que há 30 anos acontece no Brasil onde partidos se revezam no poder. Nós queremos uma mudança. Mudanças em áreas específicas, por exemplo, na Saúde. Não acreditamos que esse modelo falido chamado “hospitalocêntrico” funcione. É um modelo focado na doença, em que o tratamento é fundamentado no remédio e no hospital e não na saúde de forma integral. Segundo a Organização Mundial da Saúde, saúde é o bem estar bio, que é físico, social, mental e espiritual. Não se trata essas esferas da saúde com bolinha branca, com remédio. Você tem de ter um sistema de Saúde completo, que envolve a parte primária que são as Unidades Básicas de Saúde. Aqui, em Santo André, não há um déficit grande.

Depois, temos o tratamento das urgências e emergências. Aí é onde entra as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Os demais candidatos dizem que as UPAs seriam a solução para os problemas de saúde, mas é um grande engano. As UPAs só servem para tratar as urgências. É uma situação grave, porém que não incorre risco eminente de morte. Então as UPAs são necessárias, mas não são a solução para o problema.

Depois nós temos os tratamentos emergenciais, que são aqueles em que as pessoas correm risco de vida. Nós só temos um centro de emergencial de alta e média complexidade em Santo André, que é o Centro Hospitalar Municipal. Temos um único centro para atender quase 700 mil pessoas. Imagina quem mora no segundo subdistrito, se tiver um infarto agudo no miocárdio, uma parada cardíaca às 18h: cada minuto que passa ele perde 10% da chance de sobrevida. Em 10 minutos ele não tem mais sobrevida. Você acha que o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) consegue trazer essa pessoa em 10 minutos até o Hospital Municipal? Então esse déficit é velho e não se trata isso com UPA.

Depois temos os leitos hospitalares, em que o número vem caindo gradativamente nos hospitais públicos em relação ao número de habitantes. É menos de um leito para cada 10 mil habitantes em Santo André. Então, precisamos de mais leitos hospitalares. E UPA não é hospital, você não pode ficar dias internado numa UPA.

Você precisa de um sistema que faça o tratamento de doenças crônicas, como se fosse uma AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), que tenha fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo e o tratamento com técnicas e cuidados integrativos, como acupuntura, reiki. A Prefeitura não vai gastar um real para implantar esses projetos, pois esse dinheiro está disponível no Plano Nacional de Cuidados Integrativos e complementares, é só escrever um projeto e esse dinheiro vem do Governo Federal.

RDtv -  Quais são as suas propostas para o centro da cidade?

Reina – O Cine teatro Carlos Gomes é um caso a parte e a nossa proposta é de restauração do Cine Teatro Carlos Gomes. Nós entendemos que o centro é uma área emblemática, mas não é o foco dos problemas. Acreditamos que a periferia está muito mais esquecida que o Centro. A nossa proposta é estimular o comércio e a atividade econômica de forma indireta. Ou seja, facilitando o transporte das pessoas até a periferia e otimizando a Guarda Civil Municipal para gerar mais segurança para que as pessoas sintam-se à vontade e seguras para participar das atividades do Centro da cidade.

RDtv – É possível realizar a cobertura da Oliveira Lima?

Reina – Nós somos contra a continuação dessa cobertura. Ela não teve a contrapartida econômica que se esperava, o custo é elevado e precisamos colocar prioridades. Não acho que cobrir a Oliveira Lima é uma prioridade em Santo André.

RDtv – Quais são as principais intenções voltadas à periferia? Há também um déficit habitacional que gira em torno de 22 mil residências. Como contornar essa situação? O que fazer para tornar a periferia um lugar melhor?

Reina – Essa sim está muito abandonada. Na periferia não tem atividade esportiva, cultural, não tem serviço de saúde adequado, o transporte periferia/centro é muito ruim. Ou seja, o munícipe de Santo André que mora na periferia e um sujeito esquecido. Em relação às moradias, existe um plano diretor para acabar com o déficit habitacional por volta de 2016 e 2020. Obviamente isso não vai acontecer, porque o déficit tende a aumentar.

RDtv – É possível implantar o bilhete único no transporte público? Em relação à malha viária, o que pode ser feito?

Reina – É uma proposta do PSol. Além do bilhete único, que é a integração do sistema de transporte, nós temos a proposta de uma ciclovia. É um modelo similar ao que acontece na Grande Paris, chamado vélib. Nós vamos fazer ciclovias com bicicletários em áreas estratégicas com uma bicicleta pública. Iniciaremos com 500 bicicletas, em que o munícipe terá acesso a essa bicicleta para percorrer as nossas ciclovias que serão integradas ao nosso sistema rodoviário de áreas estratégicas na Fundação Santo André, por exemplo. Corredores de ônibus temporários, por exemplo, que no horário de pico você terá o corredor de ônibus para melhorar o transporte público. A nossa prioridade é o transporte coletivo. E me engajarei junto com o Consórcio Intermunicipal para encarar a região do ABCDM como região metropolitana. Nós temos mais de 2,5 milhões de pessoas e especialistas dizem que, com mais de dois milhões, é necessário o transporte coletivo com o metrô. Acreditamos que com 70 quilômetros de metrô melhoraria bastante o trânsito aqui na região do ABC. Nós fiscalizaremos as empresas privadas de ônibus que prestam serviço de transporte aqui em Santo André. É obrigação da Prefeitura ver número de frota, lotação. Obrigaremos as empresas privadas a colocar um GPS, assim teremos um sistema inteligente de transporte, onde a pessoa pelo seu celular com internet saberá onde está e quanto tempo levará para tomar o ônibus que espera. Isso com um custo muito pequeno para o benefício que ele trará para a cidade.

RDtv – Como contornar a situação do estádio Bruno Daniel?

Reina – A nossa proposta é de fazer uma arena multiuso para aproximadamente 15 mil pessoas. O Estádio Bruno Daniel não será utilizado só para o futebol, mas para show, eventos e congressos. Isso para utilizar a relação custo/ benefício do estádio, porque é muito caro manter essa estrutura. Uma arena de médio porte com o financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pagamento em longo prazo através da renda arrecadada da venda da bilhetagem, praça de alimentação, utilização de TV e propagandas internas. Ou seja, o próprio estádio se pagaria em longo prazo. A nossa estimativa para construir uma arena multiuso custa entre R$ 60 e R$ 65 milhões. Pagando em 10 anos, é completamente viável pagar a dívida com a própria arrecadação do estádio.

RDtv – Quais são seus planos para a região de Paranapiacaba. Como transformá-la em um grande atrativo?

Reina – Paranapiacaba é uma cidade à parte de Santo André. Todas as nossas propostas para saúde, transporte, segurança não se aplicam à Paranapiacaba. Ela precisa de um plano estratégico específico para a região. O serviço de saúde tem de ser diferenciado. Por exemplo: como a população de lá não tem acesso à cultura, trabalho e lazer, há um índice muito grande de alcoolismo na região. Temos uma proposta de serviço de saúde chamado Naps (Núcleo de Apoio Psicossocial) e o estímulo econômico do comércio da região. Paranapiacaba funciona somente numa estação do ano, tem o Festival de Inverno e nada mais. A nossa proposta é fazer promoções e eventos, inclusive com a participação da Escola Livre de Cinema aqui de santo André com atividades mais intensas e periódicas e promover o turismo ecológico em Paranapiacaba. 

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