Aidan prevê três viadutos sobre o Rio Tamanduateí e rebate acusações sobre o Caso Semasa

Candidato à reeleição em Santo André, o prefeito Aidan Ravin (PTB) contou em entrevista ao RDtv nesta quarta-feira (22/08) que a educação foi uma das áreas prioritárias nestes três anos e oito meses de mandato. Da mesma maneira, caso eleito, afirma que irá construir 11 novas creches – cada uma com cerca de 300 vagas – para tentar acabar com a fila de espera.

Ravin explicou porque várias obras e projetos não foram concluídos na sua gestão, entre elas a entrega de UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), Polo Tecnlógico, cobertura da rua Coronel Oliveira Lima, usina para incinerar o lixo, Poupatempo de Serviços e as reformas do Cine Teatro Carlos Gomes e do estádio Bruno Daniel

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O prefeito também se defendeu das acusações de ser o mentor do caso de suposta venda de licença ambiental no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). Aidan se diz interessado na busca da verdade sobre o caso, tanto que encaminhou todas as informações para a Procuradoria Geral de Justiça para a apuração rigorosa do caso. O candidato classifica as denúncias no Semasa como um conluio eleitoral.

Apesar da Prefeitura não ter feito grandes obras viárias nos últimos anos, o candidato afirma que construirá ao menos três viadutos no município. “A ideia é ampliar o viaduto Adib Chamas e fazer um viaduto também em Utinga, além de concluir o Cassaquera, já que o projeto inicial previa que ele passasse por cima do rio Tamanduateí. Meu projeto inclui, no mínimo, três viadutos novos na cidade”, explica.

Durante a entrevista, o pedetista revelou ainda que as obras do prédio do Poupatempo de Serviços será iniciada em breve e que continuará buscando parceiros para terminar a cobertura do calçadão da rua Coronel Oliveira Lima. Quando o assunto é o estádio Bruno José Daniel, Ravin garante que terminará a reforma iniciada neste ano e que está em tratativas com investidores estrangeiros para transformar o espaço em arena multiuso. “Melhorias em Paranapiacaba também dependem de parcerias”, explica.

Questionado sobre a importância de trabalhar em conjunto com o Consórcio Intermunicipal, o prefeito reclamou da concorrência de outras cidades sem o olhar regional. Citou que foi prejudicado no andamento de projetos como o Polo Tecnológico e a construção da usina de incineração de lixo. Entretanto, aponta na implantação de rodízio de veículos como uma ação que precisa do aval do prefeitos para melhorar a mobilidade na região. E alfinetou dizendo que o Consórcio parece uma reunião familiar que só decide o que se vai comer nas festas de final do ano, diz.

Confira os principais trechos da entrevista com Aidan Ravin:

RD: Quais suas principais ações enquanto prefeito?
Aidan:
Falando de educação, reformamos todas as escolas, estamos terminando a reforma das duas últimas agora da rede básica fundamental, temos material didático, material para o professor, uniforme, aula de inglês e aula de informática. Ganhamos o primeiro lugar no País em material didático, vários municípios estão nos visitando para conhecer o que fizemos. A merenda foi eleita a terceira melhor do Estado. Focamos na educação porque esta é a base de tudo. Hoje a criança vai para a escola com prazer. A outra ação importante foi na saúde. Aumentamos de R$ 190 milhões para quase R$ 400 milhões o investimento na saúde. Conseguimos diminuir o tempo de atendimento no pronto socorro, onde as pessoas ficam menos de uma hora para ser atendidas. Antes chegava até quatro horas. Estamos marcando consultas mais rápidas, mas admitimos que ainda temos dificuldade com algumas coisas, mas isso acontece em outras cidades também. No Hospital Municipal não fizemos nenhuma grande reforma, mas conseguimos aumentar o número de leitos de 17 para 32.

RD: Um dos desafios é zerar o déficit nas creches. Este governo conseguiu avançar nisso? É possível acabar com a fila de espera?
Aidan:
Fizemos dez creches em três anos. Temos plano de ação para fazer mais 11 creches e tentar zerar o déficit. Não é fácil, pois quando melhoramos muito o sistema, pessoas de outras cidades procuram as escolas do município, por mais que haja um cadastro para tentar matricular apenas quem mora em Santo André. Serão criadas cerca de 300 vagas por creches.

RD: Quantas creches são necessárias hoje na cidade?
Aidan:
Três ou quatro já resolveriam nosso problema. Estamos falando em construir mais unidades porque a demanda aumenta naturalmente.

RD: O senhor é a favor da municipalização da educação?
Aidan: Sou a favor, desde que haja convênio claro com o Estado. Já pegamos dez escolas, reformamos sete destas. É importante que cada município faça isso sem prejuízo para os professores e com o objetivo de melhorar o ensino.

RD: Há quem critique o senhor quanto à demora para a entrega das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e o AME (Ambulatório Médico de Especialidades). Qual a resposta para estas críticas?
Aidan:
A crítica com o AME é porque consegui trazê-lo para Santo André em menos de um ano, coisa que demoraria uns três anos para se construir este ambulatório. Nosso AME é um dos poucos no Estado que tem o Hospital Dia para cirurgias de pequenas especialidades. Quem frequentou o local sabe que é um equipamento de ponta. Quanto às UPAs, não adianta termos um monte pela cidade se não tivermos material humano para colocá-las para funcionar. O governo federal nos dá material para montar a UPA, o restante fica com o governo municipal. Ouvimos casos que acontecem em outras cidades aqui da região que não possuem médicos para funcionar. São três UPAs no total na cidade. Tinhas projeção de fazer de cinco a oito UPAs. Vamos fazer isso, mas de forma adequada para que elas funcionem. O que visamos na saúde não é volume, e sim qualidade.

RD: O senhor se sente realizado na área da saúde?
Aidan:
Quem usa e frequenta equipamentos de saúde vai saber que sim. Existe a crítica porque as pessoas são imediatistas. Mas entendo que realizamos em parte, pois falta muita coisa para conquistarmos.

RD: Quais as obras viárias que o senhor irá fazer caso seja eleito?
Aidan:
Existe uma projeção para o próximo mandato. A ideia é ampliar o Adib Chamas e fazer viaduto também em Utinga e concluir o Cassaquera, já que o projeto inicial previa que ele passasse por cima da avenida do Estado. Meu projeto inclui, no mínimo, três viadutos novos na cidade.

RD: Como é ser prefeito sem ter apoio do governo estadual e do governo federal, frente ao atual cenário eleitoral?
Aidan:
Tenho apoio sim tanto do governo federal quanto do governo estadual. O que eu não tenho são eles na chapa, na disputa eleitoral apenas, mas os convênios continuam sendo feitos e continuamos pedindo mais. É uma obrigação dos governos reverterem impostos que pagamos em programas e convênios para a cidade.

RD: Qual o plano para a área habitacional?
Aidan:
Aqui em Santo André temos uma dificuldade muito grande com áreas. 55% do território da cidade é de manancial e o restante é tido como área nobre. Com muito trabalho conseguimos 880 moradias com o Geraldo Alckmin, entregamos o terreno para construir estas moradias, que estão em andamento.

RD: Qual a projeção para construção de casas?
Aidan:
Já temos estas 880 em andamento e entregamos mais 5 mil projetos para o Minha Casa Minha Vida. Esperamos ser contemplados.

RD: Esta é a principal ação para a periferia? É possível fazer a regularização fundiária?
Aidan:
Esta é uma das principais ações, pois a periferia precisa de muita coisa. Vamos tentar fazer a adequação do esgoto e da água. Já começamos as ações de regularização fundiária com o programa Cidade Legal, em parceria com o Estado, mas isso é algo demorado, pois há terrenos particulares.

RD: Na região central há temas importantes como a reforma da Cine Teatro Carlos Gomes, a cobertura da rua Coronel Oliveira Lima e a questão do roubo de cargas. Quais os projetos para o centro?
Aidan:
Fizemos um projeto de reconstrução do Carlos Gomes e as pessoas foram lá paralisar. Isso me parece alguma ação partidária. Sobre o Poupatempo, localizamos a área na parte da administração, onde provamos que não está contaminada. Não pudemos desapropriar aquela área em respeito à empresa que está na cidade há mais de 90 anos. Entrou um dinheiro pela Câmara Municipal no valor de R$ 6,5 milhões, colocamos mais R$ 2 milhões e depositamos em juízo para a compra do imóvel. Só faltava fazer o trâmite burocrático. Depois afirmaram que precisaríamos desmembrar a área, fizemos isso, e posteriormente alegaram novamente que ela estava contaminada. Agora está tudo certo, conseguimos comprar a área e agora vai começar a construção. Mas como é ano eleitoral, não podemos divulgar estas informações. Quanto à cobertura da Oliveira Lima, queríamos que a Brasken nos desse como contrapartida de várias obras que fez na cidade, mas não conseguimos chegar num consenso. Queremos fazer isso com verba que não prejudique o andamento da cidade. A Oliveira Lima é um ícone para nós, tínhamos pensado em transformá-la em um shopping a céu aberto, mas precisamos encontrar investidores para isso.

RD: Como foram os trabalhos com o funcionalismo público?
Aidan:
Sou funcionário público de Santo André também. Passamos 12 anos com 15,6% de aumento no salário. Nestes quase quatro anos aumentamos em mais de 32%, ou seja, fizemos o dobro do que fizeram em doze anos. Conquistamos também o abono, que no final do ano dá uma boa diferença.

RD: Por que não houve mais investimento em Paranapiacaba? O que é necessário fazer para recuperar aquela área?
Aidan:
Tentamos buscar vários parceiros para transformar Paranapiacaba em Campos do Jordão do ABC, mas muitos não acreditaram no nosso projeto. Estamos fazendo planos para fazer a restauração da vila e buscando recursos externos para revitalizar o local. Não conseguimos parceiros para colocar todas as ideias em prática. O governo federal deu R$ 10 milhões para a região investir em turismo. Deste total, R$ 1 milhão veio para Santo André e R$ 9 milhão para o Vera Cruz, em São Bernardo. É uma disparidade de verba muito grande. Se tivéssemos mais verbas, conseguiríamos investir mais naquele local.

RD: Quais os projetos para o estádio Bruno José Daniel? As obras começaram, mas não foram finalizadas. É possível transformar aquele espaço em uma arena multiuso?
Aidan:
Passamos situações delicadas como estádio. Houve uma briga da torcida dentro do estádio que destruiu o vestiário. O Ministério Público fechou o estádio por causa disso, não foi a Prefeitura. Desde que o estádio foi construído, ele nunca passou por reforma. Tudo o que o Ministério Público nos pediu, fizemos. Tiramos a cobertura de concreto, mas a empresa fez de uma maneira não adequada e arrebentou toda a arquibancada. Teremos que reconstruir a arquibancada todinha. Estamos buscando parceiros espanhóis, portugueses e italianos para fazer uma arena multiuso, isso custa mais de R$ 50 milhões, é muito caro, por isso precisa de parceria. Enquanto isso não acontece, vamos fazer algo mais tímido para conseguir liberação do estádio para a torcida.

RD: Como o senhor avalia sua participação no Consórcio?
Aidan:
O Consórcio Intermunicipal tem mais de 20 anos, mas ainda precisamos caminhar muito. Precisamos tirar a roupa da cidade e vestir a roupa regional, mas às vezes isso não acontece. Um exemplo é o Polo Tecnológico. Quando Santo André conseguiu aval do Estado para instalar um Polo Tecnológico, o Consórcio resolveu também lutar por um. Não ia brigar sobre isso. O do Consórcio ficou só na discussão, o nosso estava tudo certo para caminhar, mas a Câmara (os vereadores de oposição) votou contra a instalação do Polo. Vamos entrar com recurso para rever isso, pois temos o projeto e temos a área. Tínhamos tudo e eles vetaram.

RD: O que dá para fazer com as outras cidades em parceria com o Consórcio?
Aidan:
Rodízio de carro é uma questão. Isso é uma discussão de mais de dois anos do Consórcio. Se isso for bom para a região, será necessário. O aumento da frota é muito grande, é uma questão de necessidade. Consórcio é uma ferramenta fundamental, mas é uma reunião de família que faz com irmãos e parentes para resolver o que vai comer no final do ano. Acaba levando muita coisa, mas fica sem contemplação. Precisamos de um maior consenso. Santo André é um dos mais prejudicados com isso, no quesito mobilidade.

RD: Há alguns anos chegou ser anunciada a instalação de uma usina de incineração de lixo em Santo André, mas até agora nada foi feito. Por que isso aconteceu? Como está a situação do aterro na cidade?
Aidan:
Quando iniciamos os trabalhos para trazer uma usina em Santo André, São Paulo disse que iria instalar 17 usinas no Estado. Não rolou pelo Estado e não rolou por Santo André. No Consórcio também surgiu com esta ideia de ter uma usina. Por que tudo que Santo André tem o Consórcio também quer? Nós já estávamos caminhando com o nosso. Só paralisamos este processo porque como explicar que nossa usina poderia ser mais cara que a de São Paulo? Então estamos fazendo junto com o governo do estado para haver transparência. Estamos na briga para ampliar o aterro para voltarmos a depositar o lixo em Santo André e construirmos a usina no local.

RD: Gostaria de saber do candidato Aidan se há planos de vender, privatizar ou terceirizar os serviços do Semasa e qual sua avaliação frente às denúncias feitas envolvendo a autarquia.
Aidan:
No ano passado quando fomos acionados sobre a dívida do Semana com a Sabesp, verificamos que em 1999, 2000 e 2002 deixaram de pagar a conta de água para a Sabesp, pois compramos água para usar aqui. Santo André recebeu e não pagou. Se está questionando uma dívida, é preciso depositar o dinheiro em juízo e continuar questionando tal dívida. Isso é algo legal, mas não foi feito. O dinheiro simplesmente não existe, o munícipe de Santo André pagou, mas o dinheiro não foi repassado para a Sabesp. Cada morador deve R$ 2 mil para a Sabesp. Temos uma conta em aberto de R$ 1,3 bilhão. Entregamos tudo ao Ministério Público para resolver isso. Quanto ao escândalo do Semasa, estou muito tranquilo, sempre abri todas as contas para mostrar que não há nada de errado. Uma CPI foi aberta e encerrada porque não há provas. Foi para o Ministério Público, e não houve prova. Mostrei para a corregedoria em São Paulo que havia um conluio eleitoral para nos prejudicar sem provas. Tenho a vontade de saber se isso aconteceu ou não para, se acontecer, acabar com isso. Nunca tive nenhuma ligação direta com isso, há um superintendente responsável pelo pessoal. Por enquanto não pensamos em passar o Semasa para a Sabesp e estamos em conversa para resolver o problema da dívida.

RD: Qual a mudança que deve ser feita com relação à concessão de licença ambiental?
Aidan:
Temos um novo superintendente e agora só funcionários de carreira assumirão cargos, estamos arrumando a casa. Tem de haver conversa entre o Semana e a Cetesb para facilitar o licenciamento ambiental. Hoje o Semana executa a lei, precisamos é melhorar a lei.

RD: O plano de governo está pronto?
Aidan:
Ele está pronto, mas estamos alinhando algumas coisas.

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