Donisete Braga visa projetar Mauá para os próximos 20 anos

Donisete Braga, candidato à Prefeitura de Mauá pelo PT, afirmou durante entrevista ao RDtv que acredita no potencial de crescimento econômico e social de Mauá e que, por isso, trabalhará para preparar a cidade para os próximos 20 anos. Durante entrevista, o petista também defendeu a gerência do Hospital Nardini pelo governo do Estado e a abertura de curso de medicina no futuro campus da UFABC (Universidade Federal do ABC) no município.

“Precisamos pensar a cidade de Mauá para os próximos 10 ou 20 anos. Mauá tem crescido muito, temos grande potencial econômico e precisamos aproveitar isso. Nosso programa de governo está pautado nesta sintonia de crescimento. Queremos colocar Mauá na melhor esquina do ABC’, defende Braga.

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Para melhorar a qualidade do atendimento médico no município, o petista afirma que tentará transformar o Hospital Nardini em equipamento estadual ou tentará fazer com que o Estado reveja as práticas de repasses financeiros. “Quando há qualquer acidente no Rodoanel, o Nardini é a referência. Este é um bom argumento para tentarmos convencer o Estado a praticar estas mudanças”, explica.

Com previsão para ser inaugurada em dois anos, se depender da vontade de Donisete Braga o campus Mauá da Universidade Federal do ABC terá, além de cursos de Engenharia, terá ao menos uma sala de Medicina.

Confira trechos da entrevista concedida ao RDtv:

RD: Após a escolha na última hora do candidato do PT em Mauá, como está o partido na cidade?

Donisete: Fizemos uma convenção com quase 5 mil pessoas, o PT está muito unido, queremos eleger de seis a sete vereadores do nosso partido, o Oswaldo Dias tem participado ativamente. Esta é a diferença do nosso partido com os demais. Pode até haver divergências internas, mas quando há uma definição, a unidade está colocada. Temos 12 mil filiados em Mauá. A campanha está massificada.

RD: Qual o balanço deste início de campanha? Seu plano de governo já está pronto?

Donisete: Faço balanço muito positivo. A campanha está posta na rua, tenho participado de caminhadas, reuniões com candidatos a vereadores, feito discussões com comerciantes, realizado encontro para discutir nosso plano de governo. Fizemos seis plenárias com quase 3 mil pessoas em diversos pontos da cidade e agora fizemos reuniões internas que possibilitou processo para repensar a cidade para o próximo período. Precisamos pensar a cidade de Mauá para os próximos 10 ou 20 anos. Mauá tem crescido muito, temos grande potencial econômico em nos setores da metalurgia, setor químico, serviços. Nosso programa de governo está pautado nesta sintonia de crescimento. Queremos colocar Mauá na melhor esquina do ABC. O plano de governo será lançado até o final de agosto. Estamos aguardando os últimos detalhes.

RD: Dentro destas plenárias, o que mais chama a atenção? O que mais a população pede?

Donisete: Saúde é um dos temas mais importantes. Mauá teve uma lacuna muito grande em 2004, tivemos um governo que não investiu na saúde, no governo de Leonel Damo, tivemos contratos superfaturados, seis secretários de saúde, houve um descaso com a pasta, não houve política para trazer recursos do governo federal. Estamos agora num processo de arrumar a casa. O atual governo construiu três UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) e a AME (Ambulatório Médico de Especialidades). Entendemos que o Hospital Nardini é hoje a maior referência, é fundamental que o governo do estado possa mudar e entender que Mauá está numa rota da Região Metropolitana. Muitas pessoas que não são do município passam pela rodovia Índio Tibiriçá e pelo Rodoanel. O primeiro acidente que acontece, a referência é o Nardini. Por isso é fundamental ajuda do governo estadual para elevar os recursos e começar a melhorar a saúde de Mauá. Precisamos melhorar os atendimentos médicos e melhorar a estrutura dos medicamentos nas unidades de saúde. Saneamento também é saúde, então também vamos trabalhar neste sentido.

RD: No seu governo haverá a bandeira de buscar a instalação de um hospital regional? Como atuará na contratação dos médicos?

Donisete: Sempre trabalhamos para a chegada de um novo hospital regional. Como quando procuramos o estado não era possível construir um espaço por falta de verba, o governo nos ofereceu o AME. Mauá se tornou um grande corredor, temos um bom argumento para convencer o Estado de assumir o hospital ou estabelecer uma nova regra de repasse. O Nardini tem boa condição de se tornar uma nova referência de atuação.

RD: Como ter mais médicos nos postos?

Donisete: Hoje a questão salarial é um problema sério. Há uma disputa de mercado gigante. Por isso é importante formarmos novos médicos. Temos no ABC uma faculdade de medicina, mas queremos também curso de medicina na UFABC (Universidade Federal do ABC) que virá para a cidade para que o Nardini funcione como Hospital Escola. Acho que isto é algo a ser estudado. Ainda na questão da saúde, entendemos que a prevenção é importante, o que envolve a questão do saneamento.
Vamos coletar e tratar o esgoto, vamos fazer uma política para limpar as águas do Tamanduateí, que nasce em Mauá. É algo que pode ser cumprido. É um desafio que estamos trabalhando. Exemplo disso é um córrego no Jardim Camila, está limpo e tem até peixes.

RD: Para fazer investimentos na cidade é necessário ter recursos. Uma das suas bandeiras é fazer com que parte da verba proveniente da refinaria de Mauá fique, de fato, em Mauá. Como fazer isso?

Donisete: Temos a refinaria em Mauá que faz o refino do petróleo, mas os dutos levam para São Caetano e Barueri. Com isso, deixamos de arrecadar cerca de R$ 167 milhões. Imaginamos pelo menos a metade disto para Mauá, que poderemos aplicar isso em diversos setores. Este é um, tema que temos pautado com o governo do estado. Não há nenhuma lei federal quanto isso. O que existe é um entendimento do governo do Estado. Isso é injusto, Mauá fica só com o ônus.

RD: Esta decisão é política ou precisa de uma lei?

Donisete: A decisão é mais política-administrativa, pois o ICMS ficará no Estado. O governo do estado não vai perder nenhum centavo. Quem perde hoje é Mauá. Vamos conversar com todos os envolvidos neste assunto. Se Mauá produz as riquezas, por que na hora de dividir os dividendos Mauá perde tudo?

RD: Quais os planos para a habitação?

Donisete: Nossa cidade tem grande índice de declividade. Quando chove, tem as áreas de risco. Vamos fazer uma política com o governo federal para viabilizar as encostas, urbanizar, ter planejamento urbano adequado, remanejar as famílias em área de risco e ter um maior rigor para não permitir mais a ocupação destas áreas. Regularização fundiária também é um problema muito sério. Vamos trabalhar fortemente nisso. Temos uma perspectiva muito favorável para o município. Mesmo tendo consciência da dívida que temos, vamos trabalhar bastante.

RD: Qual o déficit habitacional?

Donisete: Quase 8 mil moradias. Vamos colocar isso no cronograma para, se não conseguirmos eliminá-lo, diminuir bastante este número.

RD: Quais os projetos para a questão da mobilidade urbana.

Donisete: Vamos construir um novo terminal rodoferroviário próximo à estação de trem. Vamos integrar o transporte, implantar o bilhete único para ônibus e trem, assim como vamos criar os corredores de ônibus com ciclofaixas, com duas importantes marginais. Uma marginal paralela à avenida Barão de Mauá e outra paralela à Castelo Branco, no Jardim Zaíra.

RD: A cidade terá de fazer desapropriações para isso?

Donisete: A marginal paralela à Barão de Mauá já está com o projeto executivo pronto, está orçado em R$ 40 milhões com recurso do governo federal. Já a marginal no Jardim Zaíra ainda não está orçado o valor, então precisamos analisar o futuro projeto com muito cuidado.

RD: Como estão as tratativas com relação à chegada da UFABC?

Donisete: É uma das prioridades do meu governo. Temos o compromisso de termos no ano que vem um campus da Universidade Federal com 400 vagas para o curso de engenharia, sempre voltado para as características da cidade. Porém, também estamos em conversa com o Ministério da Saúde para que tenhamos pelo menos uma sala de aula de medicina. Junto com isso, agregar isso ao Hospital Nardini, como Hospital-Escola.

RD: Qual a previsão da inauguração deste campus?

Donisete: Daqui dois anos.

RD: Outro assunto importante é a segurança. Como será as tratativas com o governo estadual?

Donisete: a segurança deve envolver as três esferas do governo. A questão do videomonitoramento é fundamental, principalmente nas entradas e saídas da cidade. Estive na secretaria de Segurança Pública de São Paulo e me asseguram que vamos ter uma delegacia seccional e um IML. O IML já está com o prédio pronto, ainda estamos o Estado enviar médicos legistas.

RD: Caso seja eleito, como vai tratar o tema da regionalidade?

Donisete: Devemos este pensamento ao Celso Daniel. Isso é fundamental para a região, vou ajudar a fortalecer esta política com o Consórcio Intermunicipal par buscarmos soluções de problemas comuns de forma compartilhada.

RD: Quais exemplos de ações regionais?

Donisete: A chegada de um hospital regional para atender Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra é um bom debate. Isso certamente desafogará o Mário Covas em Santo André e o Serraria em Diadema.

RD: O Lula participará da sua campanha?

Donisete: dialoguei com o Lula há duas semanas e ele nos garantiu que fará atividades em Mauá. Ainda não há data para isso acontecer. Ele vai nos ajudar muito, já que é uma eleição de dois turnos.

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