
O governo do prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), não efetuou o pagamento de duas mensalidades de aluguel do prédio que seria o novo espaço da Delegacia de Defesa da Mulher, nas proximidades do terminal de ônibus da região central da cidade. Ao todo, são mais de R$ 28 mil atrasados, o que preocupa a equipe policial, que ainda atende na rua Santa Rita de Cássia, nº 42. Em nota, a administração deixou em dúvidas se a mudança, após grande expectativa, ocorrerá.
Anunciada na gestão do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) em março de 2024, a locação do novo espaço para a Delegacia da Mulher somente chegou a ter contrato firmado no apagar das luzes do governo petista, mais precisamente em dezembro. Desde que assumiu o comando da cidade, Taka adotou medidas de austeridade e revisão de contratos, alegando crise financeira gerada por dívidas passadas. E assim os dois aluguéis de R$ 14 mil cada ficaram em modo de espera.
O espaço que aguarda a chegada da delegacia tem cerca de 500 metros quadrados, praticamente o dobro dos 240 metros quadrados no atual endereço. Segundo a equipe policial que atende na rua Santa Rita de Cássia, o atual imóvel, que tem características de uma residência familiar, é pequeno para o atendimento de aproximadamente 300 pessoas por mês, e o seu acesso é difícil para pessoas com mobilidade reduzida. Tais problemas poderiam ser sanados com a transferência do equipamento.
Entretanto, em nota apresentada, o governo afirmou que o atual imóvel é satisfatório, deixando incerta a mudança de endereço. “A gestão anterior assumiu diversos compromissos ao fim do mandato, muitos dos quais a atual situação financeira não permite cumprir integralmente. Por isso, estamos reavaliando todos os contratos. No caso da Delegacia da Mulher, ela já está bem instalada no Centro da cidade, com aluguel pago pelo governo do Estado no valor de R$ 7 mil, sem custos para a Prefeitura”, afirmou a gestão emedebista.
O impasse com os aluguéis chegou a ser debatido em sessão ordinária na Câmara dos Vereadores, nesta quinta-feira (12), levantado pelo oposicionista Orlando Vitoriano (PT). “No atual endereço, a vítima e o autor (suspeito pelo crime) saem pela mesma porta. Imagine uma pessoa que está sendo acusada por um abuso contra uma criança e ele a encontra no corredor da Delegacia da Mulher. A mulher que é vítima da violência está sujeita a mesma situação”, disse na tribuna.
O petista foi apoiado por vereadores governistas, como o Cabo Angelo (MDB), que tratou a mudança como necessária: “Serviços essenciais e de continuidade não podem ser interrompidos. E o caso da Delegacia da Mulher é um desses casos que nós devemos nos debruçar enquanto governo e encontrar uma solução o quanto antes para isso”. Em seguida, Fernanda Durães (MDB) defendeu o fim desse impasse. “Acredito que precisamos achar soluções perante o que está acontecendo, até porque é muito importante buscarmos o melhor para as mulheres”, discursou.
A Prefeitura de Diadema, porém, assegurou que, em nenhum momento, desamparou a Delegacia da Mulher, visto que a atual sede já está garantida pelo Estado. Até segunda-feira (17/02), a delegada Renata Cruppi deve se reunir com o secretário de Administração e Gestão de Pessoas, Kiko Teixeira, e talvez até com o próprio Taka, para definir uma resolução para o imbróglio.