
Hoje presente na linha de frente em defesa do prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), o novo líder de governo e vereador Julinho Fuzari (Cidadania) já acusou a campanha do podemista de prática de crime eleitoral no dia do primeiro turno da eleição municipal do ano passado. Na ocasião, o parlamentar, que disputava a reeleição e apoiava o nome do deputado federal Alex Manente (Cidadania) na corrida pelo Paço, acusou o então grupo adversário de divulgação ilegal de candidatura no dia da votação.
Por meio de publicação no dia 6 de outubro, presente nas redes sociais (Instagram e Facebook) até o fechamento desta matéria, Fuzari publicou um vídeo criticando as campanhas de Lima e da então candidata governista Flávia Morando (União Brasil), sobrinha do ex-prefeito Orlando Morando (sem partido), pela presença de peças eleitorais nas ruas. Mesmo com filtro para ocultar parte das imagens, é possível identificar facilmente, pelos números e identidade visual das duas candidaturas, o direcionamento da acusação pela prática de crime eleitoral.
“O que está acontecendo neste domingo de eleições em São Bernardo é inaceitável. Crime eleitoral cometido pelos nossos adversários pelos quatro cantos da cidade. A legislação não permite que, no dia de hoje, bandeiras e placas estejam espalhadas pela cidade, afixadas em espaços públicos como postes e outros locais. Os nossos adversários têm usado dessa tática desesperada em busca do voto. Nós iremos ingressar com uma ação na Justiça Eleitoral, pois isso é criminoso e viola a legislação eleitoral”, afirmou em vídeo, disponibilizado abaixo.
De certa forma, Fuzari estava embasado ao acusar as campanhas de Lima e Flávia, por meio da resolução 23.610/2019 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que veda qualquer tipo de abordagem, aliciamento, utilização de métodos de persuasão ou convencimento em torno de uma candidatura na data da eleição. As manifestações por meio de distribuição de material gráfico, caminhada, carreata ou passeata são permitidas até às 22h do dia que antecede o pleito, não podendo ocorrer durante o período de votação.
Naquele dia, Lima e Manente passaram para o segundo turno, deixando para trás o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) e Flávia. No fim da disputa, marcada por troca de acusações entre os lados, o podemista levou a melhor sobre o deputado federal, vencendo a eleição com 55,74% dos votos válidos (205.831 eleitores), enquanto o adversário ficou com 44,26% (165.429 sufrágios). Um pouco mais de um mês após tomar posse, o agora prefeito designou Fuzari como líder de governo no Parlamento.
O RD procurou Fuzari a fim de questioná-lo se ele chegou a impetrar a ação de crime eleitoral contra o prefeito e como avalia tal ação no presente. A reportagem também procurou a assessoria de Lima para que se manifestasse sobre o caso, mas, até o fechamento desta matéria, ambos não retornaram.