
Eleita em uma chapa oposta ao prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos), parte da bancada de cinco vereadores do Cidadania mostrou desconforto com a indicação do correligionário Julinho Fuzari como novo líder de governo na Câmara. Uma amostra desse cenário ocorreu durante a sessão desta quarta-feira (05/02), na votação do projeto de lei que dava aval ao Executivo para buscar um empréstimo de R$ 200 milhões, com três parlamentares favoráveis e outros dois contrários.
A bancada do Cidadania foi eleita por meio da chapa majoritária encabeçada pelo deputado federal Alex Manente (Cidadania), que disputou a eleição para prefeito de São Bernardo até o segundo turno com Lima, que no fim saiu vitorioso no pleito municipal. Além de Fuzari, o grupo no Parlamento é composto por Pery Cartola, João Viana, Shell Gomes e Estevão Camolesi.
Uma das figuras mais próximas de Manente, Viana reafirmou que o posicionamento de Fuzari não mudará o seu papel no Legislativo. “(A liderança de governo) Não foi tratada com a bancada e essa foi uma questão que levantamos com o próprio vereador, que disse que soube em cima da hora. De qualquer forma, acho que a gente precisa manter a autonomia do partido, porque já foi até questionado se o Cidadania estaria dentro ou fora (da base) do governo. Eu deixei clara a minha posição de que sou independente”, afirmou.
A divisão da bancada do Cidadania sobre o pedido de autorização para abertura de linha de crédito se deu pela falta de especificidade quanto à forma em que esses recursos seriam aplicados. Enquanto Viana discursava na tribuna, criticando a propositura, Fuzari trabalhava em plenário na busca de consenso em torno da matéria. No fim, a redação foi aprovada em plenário, e endossada pelo líder de governo, Cartola e Camolesi, enquanto Viana e Shell Gomes votaram contra.
Fuzari minimizou a divisão quanto ao projeto, citando que a bancada votou de forma unânime a outras propostas apresentadas pelo governo. “Eu particularmente mantenho a coerência, aqui inúmeras vezes que nunca me utilizei do jargão de oposição e situação, sempre fui o que era o melhor para São Bernardo. Quanto à indicação do prefeito Marcelo Lima, ele foi vereador comigo, conhece a minha capacidade, é um posto de confiança. Então recebi o convite com bastante alegria. A eleição tem dois turnos. Acabou a eleição e agora é hora de governar”, pontuou.
Questionado se conversou com Manente sobre a indicação de Lima para liderança de governo, o vereador afirmou que o seu trabalho em São Bernardo é independente da atuação do correligionário em Brasília. “Não tenho nenhuma interferência ao mandato do Alex Manente. Não podemos misturar os mandatos, não sou assessor do deputado e nem ele é meu assessor. Não tenho como jamais criticar um voto dele lá e de forma republicana, ele não o fará aqui”, afirmou.