
Em documentos disponibilizados para consultas, o governo do Estado de São Paulo sugere que a futura Linha 14-Onyx, que ligará Santo André a Guarulhos por meio de 23 estações, seja composta por VLTs (veículos leves sobre trilhos), ao invés dos tradicionais trens pesados, a exemplo da Linha 10-Turquesa, hoje operada pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Ambos os modais estão inclusos no pacote de concessão à iniciativa privada, que passará por audiências públicas neste mês.
Segundo informações projetadas pela Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado, os veículos que rodarão na Linha 14-Onyx terão 45 metros de comprimento, semelhante aos sistemas de VLTs operados no Rio de Janeiro (RJ) e na Baixada Santista, ambos com 44 metros. No trajeto entre Santo André e Guarulhos, cortando a zona leste de São Paulo, o material rodante poderá alcançar velocidade máxima de 80 km/h, podendo ter de três a nove módulos – semelhante aos vagões em trens.
O sistema da Linha 14-Onyx deverá atender a uma oferta de, no mínimo, 6,2 mil passageiros no período de pico por sentido, em taxa de ocupação de seis pessoas por metro quadrado no VLT. Chama a atenção também é que a bitola (distância entre os dois trilhos) sugerida é de 1.435 mm, como é o padrão das linhas 4-Amarela, 5-Lilás e futuramente da 6-Laranja de metrô, e que é distinta dos 1.600 mm aplicados nos trens metropolitanos, como é o caso da Linha 10-Turquesa.
Entretanto, a concessionária poderá apresentar uma sugestão de modal alternativo, que não seja a de VLT, junto à Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) e ao poder concedente, no caso, o governo do Estado, até o término da fase pré-operacional do contrato de concessão. Ou seja, a possibilidade da proposta de ser de trens pesados, por exemplo, não estaria totalmente descartada.
A proposta da Linha 14-Onyx prevê um serviço sobre trilhos do Jardim Irene, em Santo André, até o bairro de Bonsucesso, em Guarulhos, onde haverá transferência com a Linha 13-Jade em uma futura expansão. A conexão com a Linha 10-Turquesa ocorreria na Estação ABC, que ocuparia o lugar próximo da antiga Parada Pirelli – desativada – e é esperada na região da Vila Homero Thon, perto do Atrium Shopping, entre Celso Daniel-Santo André e Capuava (Mauá).
Ao passar pela zona leste da Capital, o futuro serviço também possibilitará baldeações para as linhas 12-Safira (São Miguel Paulista), 11-Coral e 3-Vermelha (ambas em Corinthians-Itaquera), 15-Prata (Sapopemba) e a projetada 16-Violeta (Hospital Santa Marcelina).
As obras da Linha 14-Onyx ficarão sob tutela da concessionária que assumir a Linha 10-Turquesa, que também receberá 16 novos trens do quarto ao quinto ano de contrato, além de outras três estações – incluindo a ABC. O investimento total do lote é previsto em R$ 19 bilhões. A proposta passará por três audiências públicas nos dias 12, 13 e 14 de fevereiro, todas às 9h, respectivamente em São Paulo, Santo André e Guarulhos. Após essa etapa, o Estado poderá seguir com o edital e o leilão.
A concessão para as linhas 10-Turquesa e 14-Onyx será de 31 anos, sendo que após vencer o leilão, a empresa assume a operação plena do serviço hoje operado pela CPTM, entre Rio Grande da Serra e Luz, em até 24 meses – que inclui a fase pré-operacional e etapa de operação assistida.