
Pacientes de Ribeirão Pires enfrentam sérias dificuldades no sistema público de saúde, especialmente devido à falta de insumos essenciais para o tratamento de diabetes e à indisponibilidade do aparelho de tomografia.
Nas redes sociais, uma das principais reclamações é a ausência das tiras “Accu-Chek Active”, popularmente conhecidas como fitas para diabetes, fundamentais para a medição dos níveis de glicemia no sangue.
Um morador, que prefere não se identificar, relata que está sem as fitas desde outubro. “Já liguei várias vezes para a ouvidoria da UBS Centro Alto, mas me disseram que as fitas só devem chegar daqui a um mês”, comenta o reclamante, que usa cerca de seis fitas por dia. “Agora, dependo de amigos para conseguir, pois cada caixa com 25 fitas custa R$ 70 nas farmácias”, completa.
O reclamante comenta que as fitas são essenciais para o controle da insulina, especialmente devido ao impacto da imunoterapia que realiza para tratar câncer de pulmão e faringe. “As fitas me ajudam a saber quanto de insulina preciso tomar. Uso dois tipos de insulina”, diz.
Tomografia fora de uso agrava a situação
Outra questão alarmante é a falta de um aparelho de tomografia em funcionamento na cidade. De acordo com relatos, o único equipamento disponível no município foi desmontado e está inutilizado. Moradores suspeitam que materiais tenham sido retirados de outras unidades para a inauguração do Hospital Santa Luzia, comprometendo o atendimento.
“Disseram que o aparelho de tomografia foi levado para o novo hospital da cidade, mas quem precisa fazer tomografia está sendo direcionado a cidades vizinhas, como Santo André, sem qualquer explicação”, desabafa outro reclamante.
A ausência de insumos e equipamentos tem levado muitos pacientes a buscarem alternativas custosas ou improvisadas. Além das dificuldades no controle do diabetes, há preocupação com tratamentos oncológicos. O mesmo morador, que enfrenta o câncer, relatou os desafios de conseguir agendar consultas e procedimentos na cidade.
Questionada sobre o assunto, a Prefeitura de Ribeirão Pires não se posicionou até o fechamento da reportagem.
Hospital Santa Luzia: uma história de atrasos
Em setembro de 2024, o RD publicou uma matéria sobre o Hospital Santa Luzia, que foi inaugurado após 19 anos de obras paralisadas. O projeto começou em 2005, com a aquisição do terreno, mas o hospital só abriu as portas em 2024, ainda de forma parcial, com apenas uma fase concluída.