O cenário econômico brasileiro vem gerando sentimentos destintos entre empresários. A taxa Selic em 12,25%, o dólar em alta e o real desvalorizado pode “gerar insegurança, mas não gera desespero”. Essa é a avaliação de Eduardo Batistella Mazurkyewistz, CEO da Mazurky Indústria de Embalagens de Papelão Ondulado, de Mauá. Ao RD Momento Econômico desta quarta-feira (15/01), o empresário aponta a necessidade de uma melhor participação dos governos Estadual e Federal nas ações que possam facilitar os investimentos, principalmente no maquinário.
Eduardo relembra que o papelão ondulado é uma espécie de “termômetro” sobre o mercado, pois é utilizado para os mais diversos tipos de embalagens. Apesar do crescimento de 5% no setor durante o segundo semestre de 2024, ainda existe muita insegurança na avaliação feita por aqueles que buscam fazer seus investimentos no Brasil.
“A expectativa para o nosso setor é positiva. Mas quando nos deparamos com uma taxa Selic como está hoje e com um dólar relativamente bem acima do que era previsto, do que era o ideal para o nosso mercado, gera um pouco de preocupação, principalmente quando olhamos para a parte de investimento.”, inicia.
“Hoje, o Brasil basicamente nã

o tem mais indústrias de manufatura de equipamentos, são poucos as existentes e dependemos do mercado externo. Automaticamente ao depender do mercado externo, estamos reféns do dólar. Então assusta um pouco os investimentos.”, segue o empresário.
Além da necessidade de importar o maquinário pagando em dólar, outro ponto de atenção é a exigência feita dentro do mercado nacional para adquirir tais máquinas. Eduardo exemplifica. Se alguém precisa de uma máquina de R$ 100 mil, existe uma exigência para que tal pessoa tenha em mãos R$ 130 mil como garantia. Para conseguir esse dinheiro, o empresário precisa tomar financiamentos dentro do mercado financeiro. Para o entrevistado, o mundo ideal é que os governos Estadual e Federal tenham fundos garantidores que possam evitar a busca por este “dinheiro caro”.
Outra ideia é apostar ainda mais no potencial industrial do Brasil, produzindo máquinas internamente e evitando tais compras em dólar, o que na visão do empresário pode gerar melhores investimentos para toda a indústria.
Quando questionado sobre o que o ABC pode fazer para colaborar neste cenário, Eduardo considera que é necessário ter uma união das cidades a partir do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, o que pode aumentar as forças para trazer investimentos e gerar mais empregos.
Mazurky
Sobre a Mazurky, Eduardo aponta um crescimento de cerca de 20% no ano passado e uma boa expectativa para 2025. A ideia é conseguir garantir investimentos para atender a demanda, principalmente para setores que estão aproveitando a cotação do dólar para aumentar suas exportações.