
A uma semana para as posses dos 27 vereadores ao novo mandato, a Câmara de Santo André não tem um consenso para o futuro presidente do Parlamento. O atual chefe do Legislativo, Carlos Ferreira (MDB), já confirmou a aliados que vai disputar a reeleição, que é permitida pelo regimento interno apenas nas trocas de legislaturas. O outro nome na corrida pelo comando da mesa diretora deve sair do grupo de Marcelo Chehade (PSDB) e Rodolfo Donetti (Cidadania).
De acordo com o artigo 4º do regimento interno da Câmara de Santo André, a presidência da mesa diretora tem ocupação prevista de dois anos, sendo proibida a reeleição do parlamentar no próximo biênio, apenas durante o mesmo mandato. Essa brecha possibilita a candidatura pela reeleição de Carlos Ferreira, a exemplo do que ocorreu com Pedrinho Botaro (PSDB), entre as legislaturas 2017-2020 e 2021-2024, ao comandar a Casa por quatro anos consecutivos.
Chehade propõe acabar com essa brecha e garante que essa será uma das primeiras medidas a adotar, caso seja conduzido pelos pares à presidência do Parlamento no dia 1º de janeiro. “A nossa bandeira é acabar com essa reeleição que foi criada há dois mandatos, de uma legislatura para outra, e garantir maior rotatividade entre os vereadores (na presidência)”, afirma o tucano.
Chehade e Donetti fazem parte da federação PSDB e Cidadania, e ambos ainda discutem um nome consensual para a chapa. Segundo fontes ouvidas pelo RD, o grupo do prefeito Paulo Serra e do sucessor Gilvan Júnior (ambos do PSDB) poderiam endossar pela indicação do correligionário, já que ele não foi reconduzido para a Secretaria de Esporte e Prática Esportiva, que será chefiada pelo vereador reeleito Jobert Minhoca (Podemos).
Por sua vez, Carlos Ferreira já vem angariando apoio para sua reeleição e teria até o apoio do PT, que iniciará a próxima legislatura com três parlamentares. Enquanto isso, Chehade admite conversas com outros nomes, principalmente os novos vereadores que tomarão posse na próxima semana.
“Hoje (segunda-feira), almocei com quatro vereadores. Se for contar com o PT e o PSOL dificilmente estarão com o governo (Gilvan), então usar a esquerda ficaria muito ruim. Se tivermos uma maioria, ou 10 para um lado e 10 para outro, fica difícil chegar em um consenso (por uma candidatura única)”, diz Chehade.
Vereadores da base governista acreditam que as discussões para as candidaturas ao comando do Parlamento tenham novos desdobramentos depois da semana do Natal, talvez com maior participação de Paulo Serra e Gilvan.