ABC - sábado , 15 de fevereiro de 2025

Psiquiatra aponta estratégias para manter a saúde emocional no fim do ano

O período de festas de fim de ano, para muitos, é sinônimo de celebração e alegria. No entanto, é também um momento que pode trazer desafios emocionais significativos, de acordo com o médico psiquiatra Cyro Masci. Em entrevista ao RDtv, Masci destaca como as expectativas criadas em torno dessa época podem impactar a saúde mental de diversas pessoas, independentemente de estarem sozinhas ou acompanhadas.

“Existe uma discrepância entre o que a gente espera e o que realmente acontece”, afirma Masci. O médico explica que, muitas vezes, as redes sociais criam um ambiente ilusório onde tudo parece lindo e perfeito, o que pode levar as pessoas a acreditarem que apenas enfrentam problemas. Essa comparação é prejudicial. “A comparação é péssima, ela tira o seu poder e coloca na mão dos outros aquilo que você é e o que está a realizar”, diz

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Para aqueles que enfrentam dificuldades emocionais nessa época, Cyro fala que se for para se comparar vale olhar quem vive situação pior. “Muitas vezes, isso ajuda a perceber as próprias conquistas e traz um senso de gratidão”, sugere.

(Foto: Reprodução/RDtv)

As festas de fim de ano também podem ser vistas como oportunidade de recomeço, segundo o psiquiatra, que destaca a importância de traçar metas realistas e, se possível, escrevê-las à mão. “Quando você escreve suas metas, é uma conexão com aquilo que realmente quer. Isso ajuda a organizar pensamentos e planejar o futuro com mais clareza”, explica.

Para quem não enfrenta transtornos psiquiátricos graves, o voluntariado pode ser uma forma poderosa de lidar com os desafios emocionais. “Ajudar quem está em situação de maior vulnerabilidade pode trazer um grande senso de propósito”, aponta Cyro. Contudo, ele alerta: “Pessoas com transtornos psiquiátricos em tratamento devem avaliar cuidadosamente se o voluntariado é uma boa ideia, pois pode desencadear sentimentos ainda mais intensos ao lidar com tanto sofrimento.”

O psiquiatra reforça que quem enfrenta sofrimento emocional deve procurar ajuda especializada. “O cérebro de quem sofre de transtornos psiquiátricos apresenta alterações reais nos neurotransmissores e nas estruturas que lidam com o alarme e a tomada de decisão. É essencial buscar orientação médica para entender como lidar com essas questões”, comenta.

O fim do ano, com sua simbologia de renovação, pode ser um momento propício para reflexões e ajustes. “É como reconfigurar o e-mail em um computador novo: você precisa decidir o que é importante, o que não serve mais e o que precisa ser mudado”, compara Cyro, ao incentivar que todos enxerguem o período como uma chance de crescimento e renovação.

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