O taxista Cláudio Chericoni, de 80 anos, foi encontrado na madrugada desta terça-feira (10/12) morto, ao lado do seu carro queimado na Vila Balneária, em São Bernardo. Ele havia sido sequestrado na segunda-feira e bandidos exigiam dinheiro da família. A polícia prendeu dois homens, um deles seria apontado como sequestrador e outro, um frentista que emprestaria sua conta para o recebimento de PIX pelo resgate da vítima.
Taxista há muitos anos, Chericoni, completou 80 anos no domingo (08/12) e na segunda-feira saiu às 7h para trabalhar normalmente. Como às 23h ele ainda não havia chegado a família tentou contato e estranhou ele não atender ligações até que, com a insistência, conseguiram falar com um homem que atendeu o celular da vítima e exigia dinheiro pelo resgate.
Após a localização do carro e da vítima, a polícia chegou até os dois suspeitos que estavam em um posto de gasolina no bairro do Riacho Grande, não muito longe de onde o carro e a vítima foram localizados. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, com a dupla foram apreendidos dois celulares e anotações com números de telefone.
Foram presos Mike Coelho Lemos, frentista que emprestaria a conta para o recebimento do resgate da vítima, e Wellington Vieira da Silva, que seria o sequestrador e que negociava com a família o pagamento de R$ 5 mil para liberar a vítima.
O caso foi registrado como extorsão mediante sequestro no 3ª DP de São Bernardo. Colegas de trabalho de Chericoni relataram o medo de trabalhar nas ruas. “O Cláudio sempre foi uma pessoa tranquila, sempre do mesmo jeito, tranquilo. Eu fui taxista, trabalhei junto com ele na Rádio Táxi”, disse ao RD um ex-colega de trabalho que preferiu não se identificar. Outro taxista usou as redes sociais para demonstrar sua preocupação com a segurança. “Profissão perigosa, meus sentimentos à família”, resumiu.
O presidente do SinditaxiABC, entidade sindical que reúne os taxistas da região, Roberto Carlos de Oliveira, também lamentou profundamente a morte de Chericoni e reforçou a situação de temor da categoria em relação à segurança. “Sair na rua hoje é uma loteria, a falta de segurança é uma coisa que a gente já vem alertado faz tempo. No sindicato estamos procurando algumas alternativas, tentamos emplacar um aplicativo para ajudar no volume de corridas e que teria também um botão de pânico, porém a adesão foi pequena e acabou não indo para frente. A nossa ideia era esse botão de pânico, mas o taxista também pode usar algum aplicativo com rastreador do veículo, isso pode ajudar”, explica.
O SinditaxiABC pretende colocar no ar um vídeo manifestando condolências à família que também servirá para cobrar mais segurança para os trabalhadores do transporte.