Neste sábado (7/12), a Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André, realizará a aula “Educação Antirracista e Jogos Cooperativos”, como parte do curso de Ensino, Pesquisa e Extensão Africanidades por Elas/UFABC. O encontro ocorre nos auditórios A111-0 e A112-0, no Bloco A, a partir das 9h.
A atividade utiliza jogos de tabuleiro para abordar temas como coletividade, empatia e interdependência, incentivando a cooperação e a colaboração entre os participantes. Gratuita e aberta ao público, a aula oferece uma oportunidade de aprendizado e reflexão sobre práticas antirracistas em um ambiente lúdico e interativo.
As professoras Priscila Oliveira e Lisandra Pingo, ambas pesquisadoras do Grupo de Pesquisa Educação em Direitos Humanos/ UFABC/ Cnpq, trarão a importância das epistemologias africanas que integram elementos como a corporeidade, a circularidade e os conhecimentos transmitidos oralmente, todos fundamentais para a formação de uma visão que reflete a diversidade cultural.
Essa metodologia não apenas desafia as abordagens tradicionais da educação, mas também contribui para a formação de uma sociedade mais justa e equitativa, onde os saberes ancestrais e as culturas de origem africana são reconhecidos e valorizados em sua plenitude.
O Africanidades por Elas / UFABC possui 270 alunos nessa oferta e já formou, desde 2018, 1100 alunos. O projeto é coordenado pela Profª Drª Ana Maria Dietrich, docente do Bacharelado de Políticas Públicas da UFABC e pela Nathália Vaccani, especialista em tecnologias e administração. Na 7ª edição, o curso traz discussões sobre as culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas, com um foco nas mulheres. Também oferece abordagens sobre práticas pedagógicas afrocentradas e homenagens aos Mestres Griôs.
No 4º Encontro, realizado em 30 de novembro, as docentes Ãgohó Ãkirê Pataxó (Indígena Pataxó Hã Hã Hãe do ABC) e Julia Aparecida Souza de Oliveira (GPEDH/ CNPq) trabalharam a contação de histórias por meio da perspectiva das culturas indígenas e afro-brasileiras, trazendo narrativas dos povos originários e tradicionais que transmitem saberes ancestrais e ensinamentos profundos sobre o respeito à natureza, à coletividade e à resistência cultural. Dando visibilidade às histórias de povos indígenas e negros, a intenção foi fortalecer a identidade cultural das crianças na educação infantil e juvenil, contribuindo para a formação dos educadores.
O 3º Encontro tratou da importância da Capoeira na Educação Básica, apresentando-a como uma ferramenta pedagógica e de resistência, com foco em sua importância no combate ao racismo dentro das escolas, e trarão práticas para aplicar o esporte em sala de aula, mostrando o valor dessa prática tanto como arte marcial quanto como prática educativa.
Já o 2º Encontro, realizado no dia 9 de novembro de 2024, teve como tema “Maracatu: Cultura Negra em tambores que ecoam e saias que giram pelo Brasil”. Onde a Profª Especialista Cláudia Aparecida Cesar Rezende (GPEDH) e a Profª Especialista Maura Aparecida de Andrade Calheiros de Morais (GPEDH), falaram sobre o papel do Maracatu na preservação das tradições afro-brasileiras e sobre como essa manifestação cultural funciona como uma prática de resistência e identidade. Também tivemos uma oficina de Maracatu com o Maracatu Bloco de Pedra, trazendo a força e a ancestralidade dos tambores e das danças afro-brasileiras.
O 1º Encontro do curso Africanidades aconteceu no dia 19 de outubro de 2024 e inaugurou a programação com o tema “Mulheres das Africanidades e das Americanidades”. A abertura contou com uma Mesa Inaugural e uma Aula Magna, destacando a importância das mulheres negras e indígenas na preservação das tradições. Além das discussões teóricas, o evento teve uma apresentação cultural da atriz Vera Luz (Cia Odara), intitulada “Negra Sou! e História de Bambuche”, celebrando as raízes afro-brasileiras através da música e da dança. Durante a aula, foram realizadas homenagens aos Mestres/as Griô e ao Coletivo Ancestralidade Griô, em reconhecimento ao trabalho contínuo na preservação da memória oral e das tradições afro-indígenas sendo eles: Mestra Griô e Coletivo Ancestralidade Griô Cacica Jaqueline Haywã (Indígena Pataxó Hã Hã Hãe do ABC); Valdenor Silva (Federação Paulista de Capoeira) e Vera Luz (Cia Odara).
Entre os participantes dessa aula inaugural estavam a Profª Drª Ana Maria Dietrich (UFABC), a Profª Especialista Nathalia Vaccani (GEDH), o Prof. Ms. Ricardo Alvarez (USP), a Profª Alexandra Oliveira (GPEDH), a Profª Drª Rosana Oliveira Rocha (Coletivo Resistência pelo Amor) e a Cacica Jaqueline Haywã (Articulação Indígena Pataxó Hã Hã Hãe do ABC).
A programação do curso finaliza no 6º e último encontro, no dia 14 de dezembro de 2024, cujo tema é “Danças, brincantes e cirandas: o corpo de mulheres negras e indígenas em movimento”, onde os professores Paulo Inácio Coelho (Rede do Cuidado) e Maria Gildacy Araújo Lôbo Gomes (Grupo de Pesquisa Educação em Direitos Humanos/ CNPq) irão trabalhar com ações de encantamento por meio da Vivência de Brincadeiras e Danças da Cultura Popular Brasileira, em especial aquelas que que nos identificam enquanto cultura e povo brasileiro, e, com isso, a aprendizagem sobre a sabedoria corporal, cultural e cognitiva dessas manifestações, com um olhar atento e específico para os sentidos matrísticos dessas manifestações e uma reflexão sobre a presença e a potência feminina delas.
Essas atividades formam uma programação que busca não só o reconhecimento das culturas africanas e indígenas, mas também a promoção de práticas educativas e culturais que desafiem as estruturas coloniais e racistas, sempre com foco na valorização das identidades e saberes ancestrais.