Neste domingo (10/11), acontece a 21ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Santo André, organizada pela ONG ABCDS (Associação Brotar pela Cidadania e Diversidade Social) com apoio da Prefeitura, que espera atrair um público de cerca de 2 mil participantes. Com concentração marcada para o Parque Prefeito Celso Daniel, a partir das 12h, o evento visa celebra, além das conquistas alcançadas pela comunidade, manifestar demandas relativas aos direitos LGBTQIA+.
Em entrevista ao RDtv, Jana Castro, nova presidente da ONG ABCDS, destaca que a parada não é apenas festa, mas como um ato de reivindicação por políticas públicas e avanços sociais. Segundo a dirigente, a Parada é uma manifestação com o intuito de chamar a atenção para a necessidade de políticas inclusivas e de respeito à diversidade, com um foco especial nas pautas da população trans. “Há 20 anos lutamos por esses espaços e hoje conseguimos diálogo em Santo André. Precisamos avançar em diversas frentes para que todos tenham o direito de estudar, trabalhar e viver com dignidade”, explica. Além de levar o tema “Basta Negligência e Retrocesso no Legislativo!”, a Parada levanta reforça ações de conscientização no Mês da Consciência Negra.
Marcelo Gil, coordenador de Políticas Públicas da Diversidade da UAIC (Unidade de Assuntos Institucionais e Comunitários) de Santo André, também compartilha a perspectiva de que a parada é uma forma de conscientização e protesto. Com o apoio da atual gestão municipal, diz que houve uma abertura para o diálogo intersecretarial, com diversas áreas, como saúde, cultura, emprego e meio ambiente.
A Parada acontece em Santo André, mas visa atingir, ainda, outras cidades, e destacar que, apesar de parte das cadeiras dos Legislativos ser conservadora, é necessário dialogar sobre políticas públicas para a população LGBTQIA+.
“Iniciativas como o ambulatório trans e a plataforma TransEmprego são passos significativos para o respeito e a inclusão da população trans. A Prefeitura trabalha para humanizar o atendimento e abrir portas para oportunidades que antes eram inacessíveis, por isso é essencial que todas as cidades também desenvolvam propostas para acolher a população trans”, comenta Jana.
Diretos LGBTQIA+
Alguns dos avanços celebrados na Parada envolvem eventos fora e dentro de Santo André, como o 1º Mutirão de Retificação de Prenome e Gênero, que acontece nos próximos dias 13 e 14 de novembro (quarta e quinta-feira). A ação será no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), localizado na rua Senador Fláquer, 351, no Centro, das 9h às 16h, com apoio da Defensoria Pública.
Para participar do mutirão, é necessário apresentar documentos como RG, CPF, comprovante de endereço e certidão de nascimento. Segundo Jana, a ação é um marco para que pessoas trans sejam respeitadas em seu nome social e acessem seus direitos básicos, como um ambiente escolar acolhedor e um trabalho digno.
Entre os dias 5 e 7 de novembro, o Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes, também em Santo André, foi palco de debates, palestras, apresentações culturais, feira de saúde e atividades que visam fortaleceram o acesso a serviços e políticas públicas direcionadas à população LGBTQIA+, para acolher a comunidade na cidade e fornecer orientações sobre diversos assuntos.
Outro avanço ocorreu no dia 3 de setembro, por parte do Consórcio Intermunicipal ABC, que assinou a ordem de serviço para elaborar a inédita pesquisa censitária regional LGBTQIA+ da região. É o primeiro levantamento do tipo a ser realizado no país. Mesmo que ainda em apuração de dados, Gil afirma que, atualmente, a população do ABC já é maior quando comparada há 5 anos, seja pela liberdade de expressão que as pessoas obtiveram em se assumir de determinado gênero, além de que pessoas de diferentes idades e sexos compõem a estatística.
Para Jana, a Parada de Santo André representa uma vitória histórica, mas também evidencia que a luta continua. “Nossa alegria está nas ruas, mas sempre será um protesto. É uma celebração pelos avanços, mas também uma cobrança por políticas públicas que garantam os direitos e a dignidade de todas as pessoas LGBTQIA+”, ressalta.
A 21ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ será a partir das 12h, no Parque Prefeito Celso Daniel. Conta com apresentações de Leilah Moreno, Jotta Moura, as sertanejas Dinny Souza e Ju Miranda, a cantora trans Rilary Love, além dos DJs Aline Buonno, Philpe, Carlos Aquino, Gaio e Alcimar. Além de levar o tema “Basta Negligência e Retrocesso no Legislativo!”, a Parada levanta pautas sobre a conscientização no Mês da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro.