Com o aumento das compras online e a chegada da Black Friday, cresce também a preocupação com a segurança digital. Segundo Data Senado, 24% dos brasileiros já foram vítimas de algum golpe, e, até agosto de 2024, o país registrava uma média de 4,6 mil golpes por hora. Diante desse cenário, Ualace Lugo, docente de tecnologia do Senac São Bernardo, orienta sobre como se proteger de fraudes, especialmente em períodos de alta no comércio digital.
Em entrevista ao RDtv, Lugo explica que os golpes modernos mantêm as mesmas bases dos golpes antigos: manipulam a confiança e a familiaridade das vítimas. “Não existe golpe antigo, e sim golpe que ainda não caímos. Muitos se baseiam na confiança para enganar”, afirmou o docente, que destaca o cuidado ao interagir com mensagens suspeitas nas redes sociais como WhatsApp, Instagram e Facebook. Em um caso recente, um aluno de Lugo relata que um familiar quase caiu em um golpe no WhatsApp, mas percebeu algo errado quando o golpista usou uma linguagem pouco usual entre a relação dele com mãe, chamando-a de “senhora”.
Para evitar cair em golpes desse tipo, o especialista aconselha a sempre verificar diretamente com a pessoa antes de realizar transferências. “Se alguém próximo pedir dinheiro por mensagem, o ideal é confirmar pessoalmente ou por chamada de vídeo para evitar algum golpe”.
No caso de compras online, especialmente em períodos de promoções como a Black Friday, é recomendado que consumidores fiquem atentos aos sites falsos, que costumam imitar grandes varejistas para enganar as vítimas. “É importante checar a URL do site e desconfiar de preços muito abaixo do mercado. Além disso, usar o cartão virtual para compras únicas protege ainda mais”, diz. A pandemia aumentou a adesão dos brasileiros ao e-commerce, e muitos bancos passaram a oferecer cartões de compra única, que evitam a exposição do cartão físico e garantem segurança adicional nas transações.
Segundo Lugo, é essencial ter cautela com mensagens de SMS e e-mails que promovem sorteios ou solicitam dados pessoais. “Os golpistas criam mensagens de urgência para induzir a pessoa a clicar em links maliciosos”, explica. Desse modo, aconselha a nunca clicar em links recebidos diretamente e verificar a oferta ou promoção nos sites oficiais das empresas.
Proteção
Dentre as maneiras para se proteger de qualquer ataque golpista, Lugo destaca o uso de ferramentas como VPNs e antivírus, que ajudam a aumentar a segurança. “VPNs oficiais protegem a navegação, mas é importante evitar as gratuitas, que nem sempre são confiáveis”, alerta. Já antivírus, mesmo nas versões gratuitas, é eficiente quando baixado de fontes seguras.
Golpes envolvendo bancos também estão mais sofisticados, em que por vezes, bandidos ligam para os clientes, fingindo ser do banco, e coletam informações confidenciais. O especialista orienta que, em caso de dúvida, a pessoa desligue a chamada e entre em contato diretamente pelo número oficial no aplicativo ou no verso do cartão. Outro ponto importante é o cuidado com senhas e a ativação de autenticação em duas etapas nos aplicativos. É interessante que as senhas tenham no mínimo 12 caracteres, com combinações de letras, números e símbolos, e sejam diferentes para cada plataforma.
“Com a combinação de cuidados nas transações e a verificação de mensagens e contatos suspeitos, é possível reduzir significativamente o risco de cair em golpes digitais. Todo cuidado é pouco, e quanto mais pudermos nos prevenir de cair em golpes, melhor”, comenta Lugo.