ABC - sexta-feira , 14 de fevereiro de 2025

Acusações e disputa por paternidade de projetos dominam debate de candidatos em Mauá

Os candidatos a prefeito que disputam o segundo turno em Mauá, Marcelo Oliveira (PT) e Atila Jacomussi (União Brasil), estiveram frente a frente nesta quarta-feira (17/10) em debate realizado pelo G1, do Grupo Globo. Os dois falaram de algumas propostas que pretendem implementar caso ganhem a eleição do próximo dia 27. Saúde, Educação e Segurança Pública foram os temas com mais destaque, mas sem maiores detalhamentos, exceto planos sobre construção de creches, unidades de saúde, ampliação no número de câmeras, Muralha Digital e instalação de Delegacia Seccional, Delegacia da Mulher 24 horas e Instituto Médico-Legal (IML).

As três últimas promessas, inclusive, estão há anos na pauta de discussão e ainda não avançaram, até porque envolve o governo do Estado.

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O encontro, porém, foi marcado sobretudo pela troca de acusações em torno de supostos casos de corrupção, principalmente em relação à merenda escolar, de pedofilia com envolvimento de servidores, de compadrio com empresários e disputa pela paternidade de projetos e programas que já estão em curso em Mauá, como a Patrulha Maria da Penha, voltada ao combate e atendimento às mulheres vítimas de violência, ou da instalação e retirada de bases fixas da Guarda Civil Municipal em determinados bairros.

Para além da discussão em torno de iniciativas das gestões do ex-prefeito Atila e do atual, Marcelo, os dois acusaram um ao outro de se apropriar de propostas que estariam nos planos de governo de cada um e registrados no Tribunal Superior Eleitoral.

De modo geral, o candidato à reeleição Marcelo Oliveira teve maior preocupação em falar ao longo do debate sobre realizações do seu governo neste primeiro mandato, que se encerra em 31 de dezembro, assim como de propostas que pretende implementar caso saia vitorioso no embate do segundo turno.

Marcelo Oliveira (PT) e Atila Jacomussi (União Brasil), estiveram frente a frente em debate realizado pelo G1

Propostas petistas
O petista disse que reformou e construiu escolas e UBSs, terminais rodoviários, ampliou número de vagas em creches, contratou médicos e mais GCMs, renovou equipamentos da corporação, revitalizou campos de futebol de várzea, inclusive com colocação de gramado sintético, e parques da cidade e pavimentou ou recapeou vias, entre outras iniciativas da gestão.

Com relação às propostas que pretende levar adiante caso seja reeleito, Marcelo Oliveira elencou a construção de cinco creches, da quinta Unidade de Pronto Atendimento (UPA), reforma das quatro já instaladas, de 10 UBSs. Além disso, citou e a construção de uma policlínica, intervenções para as quais já teria o compromisso do governo federal na liberação de recursos.
Marcelo Oliveira até comentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de comício de sua campanha nesta sexta-feira, e que confirmará a liberação de verba para a policlínica. O petista acusa Atila de colocar como sua proposta.

Policlínica
“Nós vamos fazer policlínica em Mauá, que ele tem dito aqui que é projeto dele, mas já está acertado com o governo federal, que, aliás, é importante falar, sexta-feira estará em Mauá e estou convidando toda a população para participar do comício junto com o presidente Lula, que vai dizer quem é que trará a policlínica. São seis no Estado de São Paulo, de 645 cidades, e uma será em Mauá, porque fui no Ministério da Saúde e com o presidente Lula. Então candidato, entra no Diário Oficial do governo federal que vai estar lá, a quinta UPA, quatro UPAs para serem reformadas e 10 unidades de saúde. É dessa forma que nós queremos trabalhar. E a policlínica é importante a população saber, terá todos os exames, até ressonância magnética, com um olhar especial para as mulheres e idosos”, elencou Marcelo.

Assim como o petista, Atila Jacomussi gastou a maior parte dos 10 minutos do primeiro bloco e os 15 do segundo com troca de farpas, acusações, em se defender de ataques e contra-atacar e na disputa pela paternidade de projetos, programas e ações já implementadas e de outras que constam dos planos de governo.

Home office
Enquanto o petista por várias vezes disse que o oponente mentia, Atila seguiu a mesma linha e ainda chamou Marcelo de prefeito modelo ‘Copa do Mundo’, sob argumento de que ele trabalha home office e “só aparece de quatro em quatro anos”. “Quero dizer aqui que vamos acabar com a categoria prefeito home office no dia 1º de janeiro, pois vai ter de ser prefeito presencial”, disse nos comentários finais.

Marcelo Oliveira usou o tempo final para reforçar propostas que conseguiu elencar com certa ênfase já durante os 60 minutos do debate, recurso também utilizado por Atila e que lhe permitiu apresentar suas ideias para Mauá com mais destaque, já que ficaram praticamente apagadas em meio a uma enorme quantidade de palavras pouco propositivas.

“O filho de Mauá vai estar de volta daqui a pouco para escrever uma nova história, para fazer o Poupatempo da Saúde, o Programa Remédio em Casa, a tarifa zero de ônibus aos domingos e feriados, a implantação do Programa Girassol (para atendimento de autistas), o Hospital Veterinário, a Delegacia da Mulher vai funcionar 24 horas por dia, e mais do que isso, nós vamos ter IML e segurança na nossa cidade. É para isso que eu quero ser prefeito, para governar para o povo pobre, para quem realmente precisa, porque governar para rico é fácil, quero ver governar para o trabalhador e para a trabalhadora”, disse Atila.

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