O período de chuvas pede cuidado redobrado e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) alerta a população para o aumento de casos de doenças relacionadas à ingestão ou contato com água contaminada, entre elas: cólera, febre tifoide, hepatite A e doenças diarreicas agudas e, também, a dengue.
Em meio aos picos de temporal no Estado, a eliminação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, é fundamental. Para evitar a proliferação, é importante a avaliação dos quintais, caixas d’água, lixo, vasos de planta e outros acumuladores de água.
A dengue é uma doença sazonal e há meses do ano em que é possível observar uma alta na taxa de transmissão, mas é necessário manter a vigilância sempre. Neste ano, no Estado foram confirmados 2.037.936 casos da doença e 1.825 óbitos.
“A população precisa ficar atenta às mudanças climáticas e, principalmente, na época de chuvas e clima quente. É fundamental a atenção aos sintomas e a busca por atendimento médico para evitar um agravamento do quadro clínico”, afirma Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES.
Além disso, o período de chuva aumenta as chances de contrair doenças diarreicas. O contato com a água contaminada ou a sua ingestão, como também o uso para preparo de alimentos e higiene pessoal, configuram os principais meios de transmissão de doenças ocasionadas pelas enchentes. Os locais atingidos também podem reter os contaminantes nos pisos, paredes, móveis, utensílios, roupas e outros objetos existentes nas residências.
Algumas das doenças associadas à água contaminada possuem alto potencial de disseminação, com transmissão de pessoa para pessoa (via fecal oral), aumentando assim sua propagação na comunidade, além da possível gravidade do quadro clínico do paciente infectado.
Os sintomas mais comuns são diarreia líquida, náusea, vômito, cólica abdominal e febre em alguns casos. Podem durar entre um dia e uma semana. Alguns microrganismos podem causar sintomas mais graves, como distúrbios neurológicos, renais, hepáticos, alérgicos, septicemia e até óbito.
Cuidados para prevenir a propagação de doenças após as enchentes
– Evite contato com as águas das enchentes. Caso isto seja inevitável, permaneça o menor tempo possível na água ou na lama. Se a sua casa foi atingida pela enchente, evite pisar diretamente na água ou na lama, ou manusear objetos que tenham sido atingidos por ela. Proteja os pés e as mãos com botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos;
– Se o local foi atingido pela enchente, após o recuo da água, providencie a limpeza e desinfecção dos ambientes, móveis, utensílios, roupas e outros objetos;
a) para desinfecção dos ambientes, móveis, roupas e outros objetos realize uma limpeza com água limpa e sabão, e, a seguir, prepare uma solução diluindo um copo (200ml) de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) para um balde de 20 litros de água. Umedeça um pano na solução e passe nas superfícies, deixando-as secar naturalmente;
b) para desinfecção de utensílios domésticos (panelas, copos, pratos e objetos lisos e laváveis), lave-os normalmente com água limpa e sabão. Depois, prepare uma solução diluindo um copo (200 ml) de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) em quatro copos de água (800 ml). Mergulhe na solução os objetos lavados, deixando-os ali por, pelo menos, uma hora;
– Jogue fora medicamentos e alimentos que entraram em contato com as águas ou lama da enchente, mesmo que estejam embalados com plásticos ou fechados, pois, ainda assim, podem estar contaminados. Alimentos perecíveis que ficaram sem refrigeração por falta de energia também devem ser desprezados. Para descartar alimentos e outros resíduos atingidos pelas enchentes, utilize sacos plásticos firmes e feche com lacre ou nó para não atrair roedores, baratas, moscas e outros insetos;
– É recomendável consumir sempre água do sistema de abastecimento público. No caso de desabastecimento do sistema público de água, o cuidado com a água deve ser redobrado. Recomenda-se filtrar e realizar posterior desinfecção adicionando duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, e deixe repousar por 30 minutos. Outra opção é filtrar e ferver a água por três minutos;
– As unidades de saúde, em todos os municípios, distribuem gratuitamente frascos de hipoclorito de sódio 2,5%, próprio para diluir na água de beber e cozinhar, que também podem ser adquiridos em supermercados e farmácias. Em situações de enchentes mais intensas, a Defesa Civil e Vigilância Sanitária distribuem gratuitamente o produto à população para desinfecção dos locais atingidos;
– Lave bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar.
Baixe o folder do Centro de Vigilância Epidemiológica com orientações para o uso de hipoclorito de sódio: https://we.tl/t-HBN2962dEr