O debate promovido pela Rede Gospel na noite desta segunda-feira (16/09), que reuniu os quatro candidatos à Prefeitura de Diadema, colocou Taka Yamauchi (MDB) como alvo principal na linha de tiro dos outros oponentes, sendo qualificado como ‘forasteiro’ e ‘candidato Copa do Mundo’ por José de Filippi Júnior (PT), postulante à reeleição.
Marcio da Farmácia (Podemos) e Gesiel Duarte (Republicanos) também usaram adjetivos irônicos e xenofóbicos em encontro marcado pela concessão de quatro direitos de respostas e a participação de moradores, que também questionaram os postulantes.
Mas foi o próprio emedebista quem puxou o uso de palavras provocativas logo no primeiro bloco, quando, ao dirigir pergunta sobre oportunidades e desenvolvimento econômico ao prefeito José de Filippi Júnior (PT), que busca a reeleição, foi logo ao ataque. “Sei que o candidato não gosta de trabalhar e ficou home office nestes quatro anos…”, iniciou, para depois fazer o questionamento.
O petista entrou no jogo de provocações e acusou o oponente de não conhecer Diadema e de deixar obras paradas em cidades onde atuou. “O candidato Taka, que não mora na cidade, insiste em me atacar porque está desesperado. Mas de incompetência ele entende, porque saiu corrido de Ribeirão Pires, onde foi secretário e deixou a cidade com milhões em obras paradas. Quando se fala em trabalho, temos de falar de emprego. Eu ando pela cidade e sei dos problemas, mas Taka é candidato Copa do Mundo, que só aparece de 4 em 4 anos”, disse Filippi, ao elencar ações para qualificação de jovens.
Ainda sobre o mesmo tema, Gesiel perguntou a Márcio da Farmácia quais seriam suas propostas, mas resposta envolveu outras questões como forma de fustigar Filippi. “Precisamos melhorar muita coisa, como na infraestrutura, e temos outra que também mexe muito com a população, os pancadões. Peço ao Filippi que dê um pouco de conforto quanto a isso. Vale lembrar que nosso principal objetivo hoje é regularizar a situação da saúde, que enfrenta muitos problemas.”
Taka voltou a ser alvo quando o tema tratado foi educação e, ao ser questionado por Márcio, garantiu que é questão prioritária e, entre outras promessas, disse que vai zerar a fila em creches e revitalizar as unidades educacionais, a fim de que as “crianças tenham uma escola bonita e onde se sintam bem”. Na réplica, Márcio atacou. “Mas a cidade não vai ver isso, porque por onde o candidato passa deixa rabos, como em Ribeirão e na SPObras (da Prefeitura de São Paulo), que largou com R$ 26 milhões em obras paradas.”
O tema seguinte, saúde, colocou Taka na linha de tiro de outros dois concorrentes. Questionado por Filippi sobre a construção do novo hospital, para a qual disse já ter obtido garantia de aporte de cerca de R$ 300 milhões do governo federal, e apontar que “Taka é contra” a unidade, Gesiel garantiu que, se eleito, vai fazer a obra, porque sabe o que o equipamento significa para a população. “Taka sempre se colocou contra porque não mora em Diadema e também não consegue terminar obras”, respondeu.
O emedebista não perdeu oportunidade de alfinetar Gesiel em outro ponto do debate, quando o assunto em pauta era segurança e dirigiu sua pergunta sobre roubo de celulares. Mas Gesiel, ao iniciar a resposta, fugiu do tema: “O candidato (Taka) poderia pedir desculpas aos três candidatos aqui presentes e à mãe de um garoto autista que, brincando, acertou uma bala de borracha em você (incidente ocorrido durante atividade de campanha), que fez um espetáculo.” Na réplica, o emedebista disse que “o candidato puxadinho do PT está todo nervoso, não sei se ele sabe, mas fizemos um BO e o caso ainda está em apuração”.
No segundo bloco, reservado para perguntas de moradores sobre qualquer tema, o ataque a Taka ganhou contornos de brincadeira de mau gosto entre amigos por parte de Gesiel, escolhido por morador advogado que mora em Diadema há 41 anos e disse nunca ter visto Taka em qualquer lugar da cidade. “A melhor pessoa para responder seria ele, mas ele não mora, não vive em Diadema, não vive. Ele não conhece a cidade, já disse que faz divisa com Santo André. Só aparece de 4 em 4 anos, candidato Copa do Mundo. E agora ele vai poder pedir música no Fantástico, porque vai perder pela terceira vez. E tome cuidado, porque esse ‘folasteilo’ não tem galantia”, ironizou
O emedebista pediu direito de resposta e foi atendido (pela segunda vez): “Gesiel, só tenho a lamentar que você e seus colegas façam brincadeiras racistas, xenófobas, e cabe até processo, porque ataca o povo japonês.” Filippi também obteve o benefício, assim como Márcio da Farmácia, no único momento hilário de fato do debate, porque o candidato foi chamado e foi informado pela mediadora que deveria falar sobre xenofobia. “Mas não foi esse meu pedido”, disse, no que foi contestado pela mediadora. “Sua equipe pediu, e seus 30 segundos estão correndo. Se quiser aproveitar, é sobre xenofobia”. “Ah é, não sabia”, e começou a falar.