Seade: riscos sociais afetam menos os jovens de SP

Os jovens da cidade de São Paulo estão menos vulneráveis aos riscos sociais, purchase como violência urbana, maternidade precoce e deficiências educacionais, segundo uma pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgada hoje. Mas, apesar dos progressos para a juventude dos distritos mais pobres, entre 2000 a 2005, os indicadores atestam que a desigualdade social continua bastante elevada na capital paulista.

Entre os quatro tipos de áreas da capital paulista – pobre, classe média baixa, classe média, e rica -, a redução da vulnerabilidade foi mais destacada na área pobre, seguida logo de perto pela área de classe média baixa. A vulnerabilidade juvenil, entretanto, também reduziu nas outras duas áreas. Ainda assim, o índice de vulnerabilidade nas áreas pobres supera, em média, duas vezes e meia o das localidades ricas.

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O Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) da instituição avaliou o período de 2000 a 2005, nos 96 distritos da cidade de São Paulo, divididos entre as áreas já citadas. Em média foram avaliados jovens de 15 a 17 anos. De acordo com o levantamento, em uma escala de 0 a 100, a diferença no índice entre a área pobre e rica, caiu de 52, em 2000, para 39, em 2005.

A área pobre obteve no período um decréscimo de 24 pontos, recuando de 88, em 2000, para 64, em 2005. A área rica, que durante todo este período manteve os melhores índices, também caiu, de 36 para 25. No conjunto do município, o IVJ também melhorou, passando de 70 pontos, em 2000, para atuais 51 pontos.

Segundo o Seade, o acesso ao ensino médio e o declínio da mortalidade por agressão foram fatores decisivos para a melhora do IVJ. O primeiro caso, da área educacional, entre jovens de 15 a 17 anos, foi responsável por um decréscimo de oito pontos.

A redução da taxa de mortalidade por agressão entre a população masculina, de 15 a 19 anos, influenciou na queda de cinco pontos do IVJ. Logo em seguida, aparece a diminuição da evasão escolar, entre jovens de 15 a 17 anos, que colaborou com a perda de quatro pontos. Por fim, a diminuição na taxa de fecundidade entre meninas de 14 a 17 anos, respondeu por uma baixa de dois pontos no IVJ.

Riscos

Apesar da redução da diferença entre áreas pobres e ricas, os riscos sociais dos jovens das áreas mais pobres permanecem elevados, segundo o estudo. Destacam-se nestas regiões, os homicídios por agressão e os indicadores de maternidade precoce.

Em 2005, em distritos mais pobres, a cada 100 mil jovens, de 15 a 19 anos, 189 foram mortos por algum tipo de agressão. Este número cai para 57 em áreas mais ricas. Ou seja, morreram três vezes mais jovens de áreas pobres, por homicídio, do que jovens de áreas ricas. Com relação à gravidez na adolescência, nas áreas ricas, cerca de 19, a cada 1.000 jovens de 14 a 17 anos, tiveram filhos, contra 41 nas mais pobres.

A disparidade intra-urbana com relação à escolaridade diminuiu, entre jovens de 15 a 17 anos, mas as diferenças ainda continuam. Nas regiões ricas, por exemplo, em 2005, 75,7% freqüentavam o ensino médio, enquanto nas áreas mais desfavorecidas, esse porcentual correspondia a 62,5%. No caso da evasão escolar, nas áreas pobres há o dobro (14,9%) de jovens fora da escola, na comparação com as localidades ricas – 7,6%.

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