O Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio, convoca a sociedade a refletir sobre a importância dos cuidados com a saúde mental. O suicídio é uma grave questão de saúde pública, sendo a causa de aproximadamente 700 mil mortes anuais no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil, 16,2 mil suicídios foram registrados em 2022, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT, os fatores que levam ao suicídio são muitos e variam de pessoa para pessoa. Entre as condições, estão sofrer de algum transtorno mental, abuso de álcool ou drogas, ter uma doença grave ou limitativa, ter sofrido uma perda recente e, ainda, ter dificuldade para socialização.
O especialista comenta que mudanças bruscas de hábitos e de rotina, isolamento social, irritabilidade, pessimismo, apatia, dificuldade em sentir prazer na vida, sentimentos de culpa e padrões alimentares e de sono desregulados são alguns dos indícios mais comuns em pacientes com ideação suicida.
Mas Colombini alerta que o suicídio costuma ser um problema silencioso, porque é comum que a pessoa se isole cada vez mais, o que dificulta identificar a gravidade da situação. O psicólogo destaca cinco atitudes para apoiar quem está em sofrimento e sob risco de suicídio:
- Seja um ponto de apoio – Às vezes, a simples presença é o maior suporte que alguém pode oferecer. Estar disponível, seja para uma conversa ou em momentos de silêncio, demonstra cuidado e faz com que a pessoa se sinta acolhida e menos solitária.
- Emita comentários empáticos e significativos – Evite frases como “vai passar” ou “tente se animar”, pois fazem a pessoa se sentir mais isolada. O ideal é ser uma presença acolhedora, ouvindo sem interrupções e, sobretudo, sem minimizar a dor do outro. Vale lembrar que cada sofrimento é individual e deve ser respeitado.
- Respeite o espaço pessoal – Pressionar alguém a sair ou se distrair pode aumentar o desconforto. Às vezes, o melhor é estar junto em um ambiente seguro, respeitando o espaço e o tempo de quem está em sofrimento.
- Ofereça apoio prático – Além de suporte emocional, a ajuda prática é de grande valia para quem está em sofrimento. Se incluem situações do dia a dia que possam parecer difíceis para a pessoa, como executar tarefas domésticas ou auxiliar como acompanhante em compromissos.
- Incentive a busca por ajuda profissional – Estimule a pessoa a buscar terapia e ofereça apoio para facilitar o processo. A família e os amigos são extremamente importantes, mas não substituem a ajuda do psicólogo e psiquiatra.