Moradores do Jardim Nakamura, em Rio Grande da Serra aguardam há pelo menos oito meses para que a Sabesp realize as ligações de água e esgoto no núcleo habitacional que está em vias de regulamentação pela prefeitura. A administração municipal, inclusive, já deu aval através de ofícios à companhia de água, mas ainda nenhum avanço na negociação. A prefeitura diz até que se os pedidos não forem atendidos, que pode levar o caso à justiça para obrigar as obras de saneamento.
São 76 casas que pleiteiam as ligações de água e a prefeitura já preparou todo o processo de arruamento do núcleo para a regularização fundiária. O morador Carlos Santos da Silva, que desde 2016 vive no Jardim Nakamura, conta que todas as ligações não são oficiais, porque esse é o único jeito de ter acesso ao saneamento no local. “Aqui em casa sou eu, a esposa e minha filha, mas tem casas aqui que tem até sete pessoas, como fazer para ter água para lavar, cozinhar, banho? A gente quer pagar a conta de água e ter a ligação tudo certinho, mas há meses a gente cobra isso da Sabesp. A gente só quer pagar as contas e ter água e esgoto, tudo certinho”, comenta o morador.
A prefeitura e a Sabesp tiveram uma reunião com os moradores na última semana, mas ainda nada de concreto foi definido. A única coisa é que a prefeitura já tem o projeto pronto para regularizar a área e reafirmou o aval para que a Sabesp faça as ligações. Em nota, a prefeitura admite até a possibilidade de acionar a Justiça para atender as necessidades dos moradores. “A prefeitura reiterou nesta sexta-feira (6/9) o ofício para a ampliação de rede na comunidade do Jardim Nakamura. Caso não atendida, a prefeitura moverá uma ação judicial para obrigar a companhia, sob pena de multa”, diz o paço, em nota.
A administração municipal informa que basta a autorização do município que já foi dada. “Neste caso em específico, em que núcleo urbano passou pelas etapas de REURB, atualmente apenas as autorizações da prefeitura são suficientes. O cadastro está atualizado e são 76 moradias para atendimento”, diz continua o governo municipal que acrescentou que na reunião da última semana a Sabesp não apresentou justificativa para a não realização dos serviços. A prefeitura diz ainda que estuda métodos alternativos para as situações de falta d’água e parcerias para viabilizar reservatórios domésticos.
Já a Sabesp diz que aguarda o projeto das ruas e também a regularização dos lotes. “A Sabesp informa que teve conhecimento do processo de regularização do local e está em contato com o município para obtenção do estudo de requalificação da área que mostrará a implantação do arruamento definitivo para início dos estudos para assentamento de redes de água e esgoto. A companhia também informa que a prefeitura foi a responsável por realizar o cadastro das famílias. O início dos estudos e a execução das ligações acontecerão após a aprovação dos documentos de regularização”, informou.
Os moradores dizem que o projeto do arruamento já foi entregue à Sabesp junto com o ofício. As ruas do bairro são quatro e já têm até nome: viela Esperança, viela Beija-flor, viela Urutau e viela Maritaca.