Em tempos de mudanças climáticas, escassez de recursos e mão de obra qualificada, o Engenheiro de Produção é o profissional responsável por garantir a eficiência dos processos produtivos, além de manter eficiência e baixos os custos de produção de uma empresa ou indústria.
Basicamente, toda empresa que possua uma linha de produção necessita de um profissional capaz de dimensionar e gerenciar os processos produtivos. O Engenheiro de Produção reúne conhecimentos técnicos e habilidades sobre Gestão de Pessoas, Administração e um pouco de Economia.
Uma empresa sustentável é aquela que coloca sua responsabilidade ecológica, social e econômica como pilares principais, incorporando ações em diversos níveis e indo além de práticas visando apenas o lucro da companhia. Ao mapear e lidar com os impactos ambientais que o negócio pode gerar no planeta, a empresa tem como retorno uma série de consequências positivas. A primeira delas pode ser observada nos custos de operações, uma vez que, ao contrário do senso comum, atitudes ecológicas geralmente vêm atreladas à economia financeira.
Os alunos de Engenharia de Produção do Centro Universitário Fundação Santo André aprendem em sala de aula como a aplicação da sustentabilidade como método pedagógico no ensino da disciplina de planejamento estratégico é importante para o planejamento estratégico das empresas. O exemplo trazido pela professora de Engenharia de Produção da Fundação Santo André, Cristhiane Santos, que ministra a disciplina Planejamento Estratégico, usa como pano de fundo o tradicional Business Model Canvas (BMC), ou simplesmente Canvas, que é amplamente utilizado como uma ferramenta eficaz para delinear modelos de negócios. Tradicionalmente, o Canvas é aplicado com foco na camada econômica, permitindo que os alunos compreendam e projetem a estrutura econômica de um negócio. No entanto, para preparar engenheiros de produção capazes de enfrentar os desafios contemporâneos, é essencial expandir essa abordagem para incluir dimensões mais amplas e integradas de sustentabilidade.
Nesse sentido, é apresentado aos alunos um Canvas expandido, que vai além da camada econômica tradicional e inclui quatro novas camadas: social, ambiental, governança e uma quinta camada métrica. Cada uma dessas camadas adiciona uma perspectiva diferenciada para o desenvolvimento de um modelo de negócios verdadeiramente sustentável e holístico que conduza ao desenvolvimento sustentável.
Na Camada Social, o foco está nos impactos e ganhos sociais que o negócio gera. Os alunos analisam como as operações e decisões da empresa afetam a sociedade, considerando fatores como inclusão, igualdade e responsabilidade social corporativa. Na Camada Ambiental, os alunos são incentivados a considerar a pegada ecológica do negócio, sua eficiência no uso de recursos naturais e as estratégias para minimizar danos ambientais, alinhando-se aos princípios da Produção Mais Limpa. Na Camada de Governança, são introduzidos os princípios da ética, transparência e a adequação às regulamentações. Por fim, na Camada Métrica, os alunos avaliam a aderência dos indicadores estabelecidos com o modelo de negócios pretendido. O Canvas em cinco camadas, de acordo com a literatura, precede a formulação da estratégia corporativa, mas já aponta para a necessidade de uma gestão integrada e informada por dados concretos. É recomendado que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU sejam referências na definição dos indicadores e no delineamento do modelo de negócios.
Portanto, essa abordagem pedagógica enriquece a formação dos futuros engenheiros de produção, preparando-os para liderar empresas que serão agentes de transformação em um mundo onde a sustentabilidade é cada vez mais uma exigência do mercado e da sociedade.