Dia 10 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que marca o início da campanha Setembro Amarelo – cujo objetivo é o de promover o bem-estar mental e prevenir casos de suicídio. Neste sentido, o CVV (Centro de Valorização da Vida) desempenha papel fundamental no processo, oferecendo suporte por meio de ligações e mensagens de pessoas de todo o Brasil que buscam ajuda. Para se ter ideia, somente em 2023, o Centro recebeu aproximadamente 3 milhões de ligações, o que equivale a cerca de 9 mil ligações por dia.
Na linha de frente do projeto está o voluntário Carlos Correia, que em entrevista ao RDtv, comentou sobre a importância da existência de campanhas e prol da saúde mental, bem como a atuação do Centro ao ajudar pessoas em momentos de crise. O CVV é um serviço voluntário gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
“Havia certo tabu quando falávamos sobre suicídio há tempos atrás. Hoje, a sociedade, a imprensa e as empresas estão cada vez mais abordando sobre o assunto para conscientizar e mostrar que essas pessoas não estão sozinhas. Além disso, nas nossas campanhas não falamos sobre a morte, e sim sobre a vida”, comenta Correia.
A cada ano, o CVV promove campanhas especiais em setembro. Desta vez, o tema é “A Atenção Aproxima as Pessoas”, que visa valorizar entes queridos próximos a um indivíduo que enfrenta problemas, tornando-o essencial na recuperação e acolhimento dessa pessoa.
Por ser referência quando se trata no atendimento a pessoas em situações estressantes, o CVV recebe pedidos de escolas e empresas para pedidos de palestras (ou do material), de cartilhas informativas, vídeos instrucionais e demais materiais fornecidos pelo órgão. Além disso, conta com redes sociais e um canal no YouTube dedicado a informar sobre sobre transtornos, metodologias e prevenções.
Redes sociais
Um fator que chama atenção do voluntário é o uso das redes sociais de maneiras extremas, em que de um lado existe a comparação das pessoas com elas mesmas, e de outro existe uma possibilidade de propagar informações que ajudam indivíduos em momentos de crise. “Às vezes, a pessoa coloca algum post com alguma mensagem melancólica ou algo como ‘não queria estar por aqui’ e os amigos ignoram. Temos que ser proativos nesses casos, e chamar a pessoa no privado para saber se esta tudo bem, sem medo”, explica.
Outra questão é o assunto ser mais discutido em sociedade, tanto pela pessoa que pede ajuda quanto pelo outro que está mais disposto a ajudar. Para Correia, as pessoas estão mais abertas ao tema, quebrando tabus antes existentes e até utilizando das redes sociais para fortalecer uma corrente de acolhimento.
Voluntariado
Atualmente o Centro de Valorização da Vida conta com 3,5 mil voluntários espalhados em 100 unidades no país. Por conta da alta demanda de ligações, o CVV funciona 24h e possui picos de chamadas em determinadas datas. Geralmente, ocorrem em datas especiais como o ano novo, dia dos pais, dias da mães e dias dos namorados, nos horários de almoço e na parte na noite, além de finais de semana.
Quem se candidata a ser voluntário recebe um curso (que está disponível gratuitamente no site do CVV) que mostra passos de como conduzir a ligação, auxiliando “a além de ouvir, escutar o que a pessoa está dizendo, cada respiração e cada palavra”, como diz Correa. Além disso, ensina como inibir julgamentos alheios e evitar de diminuir o sentimento do outro.
CVV – O Centro de Valorização da Vida é formado exclusivamente por voluntários e oferece apoio emocional a prevenção do suicídio. Basta ligar gratuitamente no 188 ou pelo chat disponível no site do órgão para conversar com um dos atendentes que estão à disposição 24h.