A troca de farpas entre o prefeito de Mauá e candidato à reeleição Marcelo Oliveira (PT) e o ex-vereador e também postulante ao cargo, o ex-chefe do Executivo e deputado estadual Atila Jacomussi (União Brasil), deram o tom ao debate realizado nesta sexta-feira (30/08) à tarde pelo G1, do grupo Globo. Apontados como favoritos nas eleições de outubro segundo pesquisas já divulgadas, os dois foram alvo da artilharia de ataque do vereador Sargento Simões, nome escolhido pelo PL para disputar a corrida, enquanto Zé Lourencini (PSDB) foi mais comedido e procurou, de forma não muito clara, apresentar suas propostas para o caso de ser eleito.
Educação, saúde e segurança dominaram os embates, mesmo quando o tema escolhido por um candidato ou pela coordenação do debate não era a pauta do momento. Entre as promessas de campanha, se destacaram zerar as filas de espera por vagas em creche, por consultas e exames, a construção de escolas e de unidades de saúde, assim como a estadualização do Hospital Nardini, já descartada no atual governo e defendida ontem por Atila e Zé Lourencini.
Logo no primeiro bloco, quando o tema foi determinado por sorteio da coordenação e tratou de educação, Marcelo escolheu Atila para responder e apontou que o adversário teve contas rejeitadas por não aplicar o mínimo constitucional de 25% da receita em educação e “por isso sua candidatura é contestada”.
“Fui o que mais investiu na educação e praticamente zeramos a espera por vagas em creche. O senhor que pediu minha rejeição, porque o senhor quer levar a disputa para o tapetão”, atacou o deputado estadual, para em seguida afirmar que a gestão petista agora contabiliza cerca de 4.000 crianças fora da escola.“O senhor continua mentindo, não entregou uniformes e deixou mais de 1.000 crianças sem escola”, respondeu o petista. Na sequência, ao ser questionado por Zé Lourencini, ainda sobre educação, Marcelo Oliveira apontou que seu governo investiu em torno de R$ 40 milhões em educação, reformou 38 escolas (prometeu construir mais cinco) e contratou 1.200 profissionais. Na réplica, Lourencini disse que, se eleito, pretende criar o conselho da merenda, de modo a tornar mais transparente o investimento no serviço, alvo de investigações nos últimos anos sob suspeita de atos de corrupção na gestão dos recursos, o que foi citado por Sargento Simões no debate.
Após o término do segundo bloco, quando os candidatos escolheram o tema e o candidato que iria responder, o mediador do debate, José Roberto Burnier, informou que Simões pediu, antes do início, se seria possível adotar algum intervalo. O motivo: por ser diabético, poderia haver necessidade de ir ao banheiro. Questionado se precisava do intervalo, o candidato informou que sim, o que levou à interrupção do encontro por três minutos.
No terceiro bloco, quando o tema foi a GCM (Guarda Civil Municipal), as promessas giraram em torno da contratação de novos agentes, obter do governo do Estado a instalação de delegacias seccional e da mulher (24 horas aberta) e IML (Instituto Médico-Legal) e aumento dos efetivos das polícias Civil e Militar. Também foram citadas unidade do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia) e instalação de câmeras para monitoramento de ruas, entre outras.
Em réplica a Zé Lourencini, que o havia Atila aproveitou para atacar novamente o atual prefeito, de forma irônica, colocações que voltaria a usar em outras oportunidades. “A população de Mauá sofre com a falta de segurança, porque ele (apontando para Marcelo) não circula pela cidade, é um prefeito home office, Copa do Mundo, que só aparece de quatro em quatro anos”.
Nesse bloco, Marcelo Oliveira pediu direito de resposta sob alegação de que Atila o teria acusado de ser conivente com pedofilia em seu governo. E foi atendido. “ Queria dizer ao candidato (Atila) que ele precisa ter mais respeito com as pessoas. A pessoa a quem se refere nunca foi meu assessor, e foi absolvida. O povo não tem saudade de você”.
No quinto bloco, Sargento Simões disparou a artilharia, inclusive em direção a Zé Lourencini. “O senhor é um petista enrustido, porque foi cadidato (a vereador) pelo partido em 1982”, disse, ao questionar o tucano a respeito do que prtende fazer, se eleito, para atrair empresas e gerar emprego na cidade, que cahmou de cidade dormitório.
“Vamos criar atrativos para trazer empresas para Mauá, porque só assim vamos gerar empregos e melhorar a qualidade de vida da população. Sei das necessidades do empresário, e uma delas é não ser extorquido ao vir para Mauá”, disparou o liberal.