A Peça Rara Brechó, fundada há 17 anos, é uma das principais marcas no segmento de second hand (uso de segunda mão) do país. Para se ter ideia, já são 180 lojas espalhadas pelo Brasil, e no ABC, a marca expande a operação com abertura de dez lojas, sob investimento de R$ 8 milhões. Para atender à demanda, foram gerados mais de 150 postos de trabalho diretos e indiretos.
Do hall de lojas no ABC, a primeira da região está situada em Santo André, na avenida Portugal, 1702, Jardim Bela Vista, com um espaço de 330m². Na construção da unidade física do espaço, foram investidos R$ 2 milhões e 50 vagas de emprego geradas. Além desta unidade, já está em operação também na cidade a loja da Alameda São Caetano, 130 – Jardim, Santo André, e em São Bernardo, a unidade da avenida Kennedy, 285 Jardim do Mar.
As outras lojas, segundo a fundadora e CEO da marca, Bruna Vasconi, devem ser abertas até o primeiro semestre de 2025, também com foco na comercialização de produtos dos setores feminino, masculino, infantil, além de casa (decoração). “São boas oportunidades para as pessoas comprarem artigos especiais a um preço muito mais interessante”, afirma a CEO ao frisar que, durante entrevista ao RDtv, que na Peça Rara, os valores podem significar um terço (1/3) do preço praticado em lojas de grife ou mercados tradicionais.

Empreendedorismo
A ideia de empreender em brechó surgiu quando Bruna ainda buscava meios de custear o seu curso de graduação em Psicologia e começou a vender artigos pessoais. “Durante o curso já vendia algumas coisas para poder custear a formação e cuidar dos meus filhos, mas ao final da formação precisei entender qual seria a maneira de conseguir manter renda sem investir em algo pronto no mercado, já consolidado”, lembra Bruna ao citar a ideia de vender artigos infantis de segunda mão. “Por eu ter duas crianças que perdiam as coisas muito rápido, tive a ideia que acabou dando muito certo”, relata.
A já frequentadora de brechós e amiga de Bruna, Adriana Izaias, topou a ideia de investir no brechó, conversou com o marido, Claudinei, e juntos resolveram abrir a franquia da marca. “Em menos de um mês, abri uma loja de artigos usados por crianças. Foi um sucesso, com apoio imediato da causa, e logo fomos crescendo, com muito estudo e entendimento de mercado”, detalha Bruna.
Segundo a CEO, com três meses de operação de loja, foi possível ampliar o segmento das vendas para o público feminino, masculino e, aos poucos, novas unidades em função da necessidade do mercado. “Não foi algo planejado, só foi acontecendo e com o estudo e muita dedicação, ampliamos o negócio”, afirma.
Descontos de até 50%
Hoje, diferente de um brechó tradicional, os itens do Peça Rara são distribuídos pelo espaço em araras e móveis que fazem com que todas as peças sejam encontradas facilmente. Todos os itens são separados por setores, incluindo feminino, infantil, masculino e, em algumas unidades, casa. Em média, os descontos podem chegar a 50%, proporcionando uma oportunidade para aqueles que desejam economizar. É possível comprar um look completo, com camisa, calça e sapato, por R$ 150, em média.
A operação consiste em o consumidor deixar roupas ou itens de casa “sem uso” em consignação e voltar para buscar o valor arrecadado ou ficar com créditos que podem ser utilizados na própria loja. São peças únicas que passam por uma curadoria visando uma nova utilização do bem. Os itens que não passam pelo controle de qualidade têm dois caminhos: o fornecedor pode retirar ou doar para os bazares do Instituto Eu Sou Peça Rara. O que vai para o instituto é colocado à venda com preços simbólicos de R$ 5 a R$ 50, e os valores são doados integralmente às causas sociais apoiadas pelo Peça Rara.

Consumo consciente
De acordo com a CEO, o consumo consciente é uma mudança de hábitos, uma “virada de chave”, um novo estilo de vida. “É importante pensar sempre em reusar, reciclar e reparar os itens. Ao incentivar a reutilização e a redução do descarte de mercadorias, impactamos significativamente o ciclo de vida dos produtos comercializados e promovemos o consumo consciente”, frisa.
Essa abordagem, segundo ela, vem sendo cada vez mais aceita pelos consumidores, que buscam marcas que tenham um propósito claro e onde ele se aplica. “Acreditamos em um novo estilo de vida, por meio de uma sociedade comprometida com a sustentabilidade e a responsabilidade social”, salienta Bruna Vasconi.
Mercado
Segundo o ThredUp 2023 Resale Report, estima-se que o mercado global de vestuário de segunda mão cresça três vezes mais rápido que o mercado de vestuário em geral. Até 2027, é previsto que o segmento dobre de tamanho e alcance US$ 350 bilhões. Já a consultoria Accenture projeta que a economia circular pode movimentar US$ 4,5 trilhões (cerca de R$ 22 trilhões) até 2030 e gerar 4,8 milhões de empregos na América Latina e Caribe.