Rio+20 tem início e ambientalistas criticam atuação regional

A Conferência Internacional das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, teve início nesta quarta-feira (13), no Rio de Janeiro. O evento traz consigo a expectativa de que sejam traçadas metas coletivas entre os países participantes, que solucionem ou amenizem o efeito da utilização desenfreada de recursos naturais, algo que, de acordo com ambientalistas, não vem sendo praticado na região.

“Todas as cidades deveriam ter agendas especificas para ações que promovessem o desenvolvimento sustentável. Infelizmente, isso não acontece e o Consórcio Intermunicipal  também não exerce o papel que deveria”, afirma Ronaldo Queiródia, o Pepe, presidente do Instituto Acqua, entidade fundada em 1999, que desenvolve projetos e políticas socioambientais voltados para bem-estar humano e preservação do meio ambiente.

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Segundo Pepe, falta integração e criatividade aos dirigentes do ABC. “A atuação do Consórcio e das administrações municipais devem ir muito além do pragmatismo que é visto hoje. É necessário quebrar paradigmas e investir pesado na fomentação de iniciativas criativas que envolvam toda a região, para que a urbanização e crescimento populacional não prejudiquem ainda mais nosso meio ambiente”, define, Marta Marcondes, professora de biologia da USCS (Universidade de São Caetano do Sul) e coordenadora do grupo de estudos que avalia a qualidade da água dos rios e córregos da região mantido pela universidade concorda com seu colega ambientalista. ”Nossa região é altamente industrializada, o que nos obriga a ter sempre cuidado com a poluição produzida pelas empresas, mas existem outros pontos que precisam de atenção”, pontua, ressaltando questões relacionadas ao destino final do lixo produzido nas cidades e da preservação do sistema Billings de abastecimento.

“Recentemente, muito se discutiu sobre a instalação de incineradores de lixo, mas nada foi dito sobre medidas que promovessem a seleta coletiva de uma maneira mais responsável, com a participação das empresas, por exemplo,” relata.

“Região de extrema importância”
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, diz reconhecer a importância dos debates propostos pela Rio+20. De acordo com o dirigente, “todo debate contemporâneo tem de passar pela sustentabilidade e por seus três eixos existentes: o ambiental, o social e o econômico”.

Marinho ainda coloca a preservação das águas da represa Billings como uma das maiores responsabilidade do ABC. “Com relação à questão do meio-ambiente, é necessário entender que estamos em uma região de extrema importância, pois temos a Serra do Mar e a Represa Billings. Precisamos trabalhar pela manutenção e pela recuperação de nossas nascentes e projetar como as queremos daqui há 10 ou 20 anos. Isso tudo poderá garantir a qualidade de vida no futuro”, conclui.

A entidade preparou em junho deste ano o seminário “ABC Rumo à Rio+20”, ciclo de debates que contou com a participação de membros dos sete grupos de trabalho coordenados pela instituição e que teve como objetivo a elaboração de um documento que pudesse levar as demandas regionais até a Conferência da ONU.

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