Em levantamento realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o preço da cesta básica caiu de R$ 1.098,10 em junho para R$ 1.068,20 em julho, apresentando uma queda 2,72%. A oscilação se deve principalmente pela queda do preço de itens de hortifrúti como tomate, batata e cebola, além de outros produtos como pacote de sal refinado e pão. Apesar disso, outros alimentos apresentaram crescimento de preço, como a banana, que registrou aumento de 14,39% quando comparado os períodos.
Ao RDtv, o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá De Benedetto, comenta que uma sucessão de fatores favoreceram para as verduras encabeçarem a diminuição do preço da cesta básica. O quilo de tomate registrou R$ 7,22 em julho com uma queda de 30,98% quando comparado a junho, que fechou com R$ 10,46. Em seguida, a batata registrou queda de 18,35% o quilo, de R$ 11,12 para R$ 9,08, e a cebola, que de R$ 8,23 o quilo, teve queda de 13,24% e fechou julho com R$ 7,14.
“O fator climático foi fundamental para alguns itens se sobressaírem na pesquisa. O tomate, por exemplo, não é cultivado no verão ou na primavera por conta das chuvas que prejudicam o plantio. Já no inverno, é possível obter uma melhor colheita também da batata e da cebola, ainda mais por serem produtos que não são muito consumidos nessa época do ano”, explica Benedetto. A Craisa elabora mensalmente uma cesta básica com base nas variações dos preços de itens no mercado varejista, para quatro pessoas e que dure ao menos um mês.
Outros produtos que também apresentaram queda foram o arroz, que diminui 1,89%, do valor R$ 32,26 para R$ 31,65 (pacote de 5 kg), e o feijão, que de R$ 7,32 caiu para R$ 7,06 o quilo (3,55%). “No caso do arroz, esperávamos desde junho que teria um aumento no preço do quilo devido aos desastres que ocorreram no Rio Grande do Sul, por ser o principal produtor de arroz no Brasil. Mas o produto seguiu em queda, assim como as carnes bovina que apresentaram uma queda surpreendente”, diz o especialista.
A carne bovina de primeira apresentou uma queda 3,22% de junho para julho, sendo o quilo de R$ 37,56 para R$ 36,35. Para Benedetto, a variação surpreende pela precificação que o item manteve durante o ano, tanto que bateu o valor de R$ 40,60 em fevereiro. No caso do frango resfriado, outro item presente na mesa dos brasileiros, teve aumento de 4,32% o quilo. “Sobre este item, iremos mudar forma de avaliação por entender que a família brasileira dificilmente compra quando vai ao mercado. Por isso, vamos alterar o frango resfriado pelo corte de coxa e sobrecoxa ao realizar as próximas avaliações”, comenta Benedetto sobre as reformulações para a pesquisa comparativa de julho e agosto.
Dentre os produtos que subiram de preço quando comparado junho e julho, a banana lidera com o aumento de 14,39%, sendo de R$ 5,28 para R$ 6,04 o quilo. “A banana é um dos únicos alimentos que sentiram de fato as mudanças climáticas, vindo de aumento de preço desde maio. Durante o inverno, se tem menos chuva, mais frio e tempo nublado, ofuscando o sol e inibindo a fotossíntese que auxilia na produção da fruta, favorecendo o aumento do preço devido a sua baixa produção”, explica o engenheiro. Outros produtos que apresentaram alta foram o quilo de sabão em pó, que de R$ 13,27 subiu para R$ 13,80 (3,99%), a carne bovina de segunda que de R$ 28,84 foi para R$ 29,62 (2,70%) e o quilo da farinha de mandioca, que aumentou 7,83% de junho para julho (R$ 7,41 para R$ 7,99).
Agosto terá um clima similar ao de julho, com poucas chuvas e frentes frias. Portanto, a Craisa espera que a variação dos preços dos produtos também sejam similar, e que somente a partir da primavera, que inicia em setembro, ocorra uma variação mais brusca.