O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo, grande SP e Zona Postal de Sorocaba (SINTECT-SP) informa que, em assembleia realizada na última sexta-feira, 2 de agosto, os trabalhadores decidiram iniciar uma greve de um dia a partir das 0h desta segunda-feira, 5 de agosto. A paralisação envolve toda a categoria, incluindo carteiros motorizados, atendentes comerciais, motoristas, carteiros pedestres, operadores de triagem e funcionários administrativos.
Motivos da Greve:
A greve de alerta foi convocada devido à falta de avanços nas negociações com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). No último dia 1º de agosto, a direção dos Correios encerrou as negociações sem discutir 35 cláusulas econômicas e de benefícios, deixando os trabalhadores sem uma proposta clara sobre a redução do custeio do plano de saúde. Este plano já fez com que 20 mil trabalhadores abandonassem a cobertura devido ao alto custo das mensalidades e da coparticipação. Além disso, não foi apresentada uma proposta satisfatória de reajuste nas funções dos motoristas, uma demanda essencial para a categoria.
Principais reivindicações:
1. Reabertura das negociações: Os trabalhadores exigem que a direção da ECT retome as negociações com seriedade e discuta todas as cláusulas econômicas, de benefícios e o plano de saúde.
2. Reajuste das funções dos Carteiros Motorizados: As funções dos Motorizados estão defasadas há anos e precisam de um reajuste urgente.
3. Redução do custeio do Plano de Saúde: A categoria reivindica a redução dos custos do plano de saúde, que têm impactado significativamente o salário dos trabalhadores.
4. Proposta Salarial convincente: A direção dos Correios apresentou uma proposta de reajuste de 6,05% para janeiro de 2025, sendo que a data-base da categoria é 1º de agosto. Além disso, propôs um reajuste de 4% nos benefícios em agosto, sem discutir outros avanços necessários.
Descontentamento e união:
Durante a assembleia, que lotou o auditório do sindicato, os trabalhadores expressaram sua frustração e determinação em lutar por seus direitos. “Nossa paciência se esgotou. Chegou a hora de mostrar a nossa força e a nossa união”, declarou Elias Diviza, presidente do SINTECT-SP. A categoria está preparada para uma greve histórica caso não haja uma resposta satisfatória até o dia 7 de agosto.
Próximos Passos:
Uma nova assembleia está agendada para quarta-feira, 7 de agosto, para decidir sobre a possível deflagração de uma greve nacional. O SINTECT-SP está liderando essa mobilização, enfatizando a importância da união e da luta por melhores condições de trabalho.
Resposta
Em nota, a empresa informa que os Correios estão operando normalmente em todo o País, com 100% das agências abertas e todos os serviços disponíveis. “A paralisação é parcial, temporária e restrita à região metropolitana de São Paulo. Além disso, os Correios já adotaram medidas para cobrir as ausências pontuais, como remanejamento de profissionais e realização de horas extras”, informa.
Negociação – Não procede a informação de que não houve avanços significativos em relação aos trabalhadores. A empresa e as representações das empregadas e dos empregados ainda estão em processo de negociação do Acordo Coletivo e os temas abordados pelo sindicato ainda estão em debate. Até agora, os Correios já ofereceram as seguintes propostas:
– Aumento de 6,05% nos salários (projeção do INPC acumulado de agosto de 2023 a dezembro de 2024), a partir de janeiro de 2025;
– Aumento de 4,11% (INPC do período) nos vales alimentação/refeição na assinatura do acordo;
– Manutenção de mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior e foram resgatadas no Acordo Coletivo pela atual gestão (entre as quais o pagamento de auxílio creche e de auxílio para dependentes com deficiência e licença maternidade de seis meses, por exemplo);
– Melhoria em mais de 20 cláusulas do acordo vigente.
Vale destacar que, diferentemente do governo anterior, que estava privatizando os Correios, a atual gestão reabriu as portas para os sindicatos e, no ano passado, fechou um acordo coletivo em mesa de negociação, sem intervenção da Justiça do Trabalho, o que não acontecia há 7 anos, garantindo um aumento de até 12% para grande parte do efetivo.