Uma residente do bairro Roncon, em Ribeirão Pires, expressou sua indignação nas redes sociais após um incidente envolvendo um Pitbull que passeava sem focinheira na rua. De acordo com a reclamante, o cachorro atacou seu filhote, e o responsável pelo animal não tomou nenhuma atitude para impedir o ocorrido.
O Caso
O ataque aconteceu na manhã da última segunda-feira (29/07). A moradora, que prefere não se identificar, relata ao RD que estava em casa quando ouviu o choro de seu filhote no quintal da frente.
Seus filhos, um menino de seis anos e uma menina de cinco, brincavam no quintal dos fundos. Ao verificar o que estava acontecendo, a mulher encontrou um Pitbull marrom pressionando seu filhote contra o portão. “Meu cachorro é pequeno e consegue passar pelo portão. O Pitbull estava sem coleira e focinheira, pressionando o meu cachorro contra o portão”, explicou.
A moradora usou uma vassoura para afastar o Pitbull e proteger seu filhote. Quando conseguiu, notou que o tutor do cão estava apenas observando e não fez nada para conter a situação. “O cachorro estava sem coleira e focinheira. Quando consegui afastá-lo, o dono apenas colocou uma coleira no animal, virou as costas e foi embora sem dizer nada”, relatou. A agressividade do Pitbull acabou danificando o portão da residência.
Preocupada com a situação, a moradora expressou sua frustração com a falta de responsabilidade do tutor. “Fiquei muito assustada e preocupada com a segurança dos meus filhos. Quem tem um cão desse porte precisa ser responsável”, diz.
O que diz a lei?
No Brasil, a Lei nº 2.140, sancionada em 26 de agosto de 2011, estabelece que cães de raças potencialmente perigosas, como o Pitbull, devem estar sempre com focinheira e coleira apropriada em locais públicos. A legislação visa garantir a segurança de pessoas e animais.
Para entender melhor sobre o comportamento dos Pitbulls, o RD consultou o médico veterinário Jefferson Vilela, de Rio Grande da Serra. Segundo ele, a raça não é inerentemente perigosa; o comportamento agressivo está mais relacionado ao treinamento e manejo do animal. “Embora o Pitbull seja grande e forte, ele não é violento. O que geralmente provoca agressividade é a forma como o cão é tratado e a falta de socialização”, afirma Vilela.
O veterinário destacou que, apesar de o Pitbull ser um cão geralmente dócil, deve-se ter cuidado com a forma como é conduzido nas ruas. “O problema muitas vezes está no comportamento dos tutores, que sabem que têm um cão forte e muitas vezes não tomam as precauções necessárias. O Pitbull deve ser contido, mas é importante lembrar que a responsabilidade é dos tutores”, acrescentou.
O que diz a prefeitura?
A fiscalização de cães de grande porte é responsabilidade das autoridades locais. A Prefeitura de Ribeirão Pires orienta que, em casos como o descrito, os moradores devem registrar denúncias pelos telefones 4824-4197 ou 97211-1112. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) está intensificando suas campanhas de conscientização sobre a importância da supervisão e uso de focinheiras para garantir a segurança da comunidade.