Desde a publicação da resolução nº 690/2022, pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), a categoria, após treinamento, pode auxiliar mulheres no Planejamento Familiar e Produtivo. Em Santo André, há poucos dias iniciou o processo para que enfermeiros possam auxiliar na inserção do DIU em pacientes. No RDtv desta quinta-feira (18/07), a vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (CorenSP), Ana Paula Guarnieri, explicou as medidas para implantação deste sistema.
Segundo Ana Paula, o estado de São Paulo é o 14º da federação que está realizando a capacitação de enfermeiros e enfermeiras para auxiliar no Planejamento Familiar e Reprodutivo das pacientes. A ideia é que toda a orientação seja realizada para que a mulher tenha entendimento sobre o melhor método contraceptivo para ser usado e realizar todo o acompanhamento.
“A gente fala do DIU, mas estou falando mais do que isso, de saúde reprodutiva feminina. Estou falando de cuidar da saúde da mulher. E a gente, muitas vezes, é visto só a inserção do DIU. A gente não inseriu só DIU. Não treinou enfermeiros para inserir DIU. A gente treinou enfermeiros para estar ao lado das mulheres, para que façam a melhor escolha para elas. Para elas, para todas as pessoas. Ou seja, o DIU, na verdade, faz parte de um processo muito maior do que a enfermagem agora está sendo colocada, desde 2022”, explica.
Em Santo André, uma das primeiras cidades com este tipo de treinamento, 20 enfermeiros realizam este tipo de atendimento na Policlínica Centro e até o momento atenderam 300 pacientes após o treinamento. Além dos métodos contraceptivos, a enfermagem também recebe a orientação para conseguir auxiliar em qualquer situação em que a paciente possa ter.
“Infelizmente, ainda muitas mulheres, meninas, não entendem o que é violência. Sofrem violência diariamente e não entendem o que é, que estão sofrendo violência. Então, além da questão da sexualidade, diferença de, não é só a questão reprodutiva, mas a questão da sexualidade saudável, também a questão da violência. Quanto que a gente precisa reconhecer dos seus direitos, dos seus espaços. E, obviamente, se eu falo tudo isso, especialmente se eu for pensar sobre direito reprodutivo, eu não abordo só a questão do DIU. A escolha não é da profissional, a escolha tem que ser da mulher. O corpo é dela”, ressalta Ana Paula.
Categoria
O CorenSP também acompanha outras ações referentes a categoria da enfermagem. Ainda há uma preocupação sobre a implantação do piso, aprovado pelo Congresso Nacional, sancionado pelo presidente, mas que ainda conta com dificuldades sobre a associação sobre as horas trabalhadas.
Ainda sobre esse assunto, ainda existe uma luta grande para a implantação da jornada de 30 horas, assim evitando a estafa dos trabalhadores e conseguindo evitar problemas que possam ser causados por jornadas exaustivas.