ABC - quarta-feira , 22 de janeiro de 2025

Neblina aumenta risco de acidentes fatais e operações em rodovias estão em alerta

Rodovia Imigrantes no quilômetro 50, na noite desta terça-feira (16). (Foto: Reprodução Ecovias)

O tempo mais úmido e ar mais frio são condições ideais para a formação de neblina ou nevoeiros, situações climáticas de grande risco de acidentes graves e muitas vezes fatais nas rodovias por causa da baixa visibilidade. O período também é tempo de férias escolares e de festivais de inverno que aumentam o vai e vem de veículos. A previsão de tempo para o ABC neste fim de semana, quando começa o Festival de Inverno de Paranapiacaba é favorável à formação de neblina, um problema comum tanto no Sistema Anchieta-Imigrantes como na SP-122, a rodovia Deputado Antônio Adib Chammas, que dá acesso não só à Vila de Paranapiacaba como também a Ribeirão Pires, que também terá seu tradicional Festival do Chocolate de 2 a 18 de agosto.

Para o enfermeiro e professor do Centro Universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Renan Tomas, os acidentes ocasionados pela neblina, muitas vezes são fatais. Tomas trabalhou por 12 anos no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em São Caetano e Santo André. “Muitos destes acidentes fazem várias vítimas fatais, ou vítimas em estado muito grave. No caso da rodovia que dá acesso a Paranapiacaba, por exemplo, é uma via de mão dupla, sem acostamento e o pior de tudo é a distância para o socorro. “Temos que pensar que lá fica longe de um centro urbano com estrutura de atendimento de emergência. Na literatura a gente tem a chamada hora de ouro, ou seja, essa uma hora entre a chegada do socorro e o acesso a um hospital pode ser a diferença entre a vida e a morte. Tanto lá como no meio da serra, na Imigrantes ou na Anchieta, se tiver neblina não dá para pousar um helicóptero, então o tempo de socorro fica muito prejudicado”, explica.

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Em geral os acidentes relacionados à neblina são os engavetamentos ou batidas frontais contra muros, postes ou mesmo outros veículos trafegando no sentido contrário. “Na maioria destes casos, infelizmente ocorrem vítimas fatais. Então o motorista deve se precaver, e estando no meio do nevoeiro, o ideal é seguir em velocidade baixa, e quanto menos luzes lançar contra a neblina melhor será a visão. Parar, mesmo no acostamento, não é uma boa ideia, porque se estou parando porque não tenho visibilidade, nem adianta ligar o pisca alerta que o outro motorista não vai me ver a tempo e vai acontecer uma colisão. Se tiver um posto de serviços na rodovia esse é o melhor lugar para parar”, orienta.

No sistema Anchieta-Imigrantes, operado pela concessionária Ecovias, tanto a operadora como a Polícia Militar Rodoviária realizam operações comboio, onde grupos de 500 veículos aproximadamente descem a serra sob escolta da polícia que controla a velocidade em até 40km/h levando os motoristas a um trecho com condição de visibilidade melhor.

Até a tarde desta terça-feira (16/07) a Operação Comboio já tinha sido acionada 50 vezes somando as duas rodovias que dão acesso ao litoral. Essa operação é realizada há 27 anos e acontece sempre que a visibilidade cai para menos de 100 metros. Isso é constatado através de equipamentos, chamados de visibilímetros que ficam estrategicamente colocados em dez pontos do sistema. “Nesta situação, é realizado o represamento dos veículos a partir das praças de pedágio localizadas no km 31 da Anchieta e km 32 da Imigrantes, ambas no sentido litoral. A partir dali, a cada 30 minutos, cerca de 500 veículos seguem em velocidade reduzida estabelecida pela PMR, de até 40 km/h, até um ponto de melhor visibilidade. No sentido São Paulo, como não há um local adequado para realizar o represamento dos veículos, os usuários são avisados por meio de sinalização luminosa com piscantes em amarelo sobre o limite de velocidade em vigor – no caso, 40km/h. Em situações críticas, o Policiamento realiza o chamado monitoramento em movimento, com controle de velocidade imposto por viaturas que trafegam entre os veículos. Além disso, há implantação de restrição de caminhões na pista Norte da Imigrantes, pois a baixa velocidade dos veículos pesados pode causar acidentes em condições meteorológicas desfavoráveis”, detalha nota da concessionária.

Nas férias de julho, a Ecovias espera receber em média 117 mil veículos por dia, número 16% maior em relação a junho, quando 101 mil veículos trafegaram pelo SAI. Na comparação com julho de 2023, o número esperado este ano é 7% que os 109 mil veículos que passaram pelo sistema há um ano.

Sobre a rodovia Deputado Antônio Adib Chammas, a prefeitura de Santo André, diz que a responsabilidade pela fiscalização e operação da via é exclusiva do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) órgão do governo paulista. “O DER não realiza operações de bloqueio e sistema pare e siga, entre os quilômetros 41,5 (Rio Grande da Serra) e o 52 (Paranapiacaba) da SP 122. No trecho, nos meses de junho e julho de 2023, não houve registro de acidente ocasionado pela presença de neblina. A rodovia possui sinalização adequada, de acordo com as normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O volume médio de tráfego no local é cerca de 1.500 veículos de segunda a sexta-feira, número que pode dobrar em fins de semana com eventos. Uma das principais recomendações na neblina é reduzir a velocidade, inclusive para que a frenagem, se necessária, seja mais segura. A obrigação nas rodovias é dirigir com o farol baixo, caso haja neblina. Também podem ser usados os faróis específicos, de neblina. Já a luz alta não é recomendada por prejudicar a visibilidade. O DER ressalta ainda que o respeito às leis de trânsito e a manutenção adequada dos veículos são fundamentais para evitar acidentes”, informou o departamento, em nota.

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