Apoio de PCdoB deve ser ratificado ainda esta semana, diz Salles

Pré-candidato ao Paço de Santo André, Raimundo Salles (PDT) afirmou nesta segunda-feira (28) que deve fechar, ainda no decorrer desta semana, apoio com o PCdoB. Se concretizado, a coligação contará com cinco partidos (PDT, PRB, PTC, PSC e PCdoB). “Outras legendas ainda poderão vir conosco se houver desistência nas atuais pré-candidaturas”, disse.

A convenção do partido, marcada para 28 de junho no Clube Atlético Aramaçan, em Santo André, deverá confirmar seu nome como candidato a prefeito ao lado de Edgard Brandão Júnior (PSC), que sairá como vice na chapa majoritária.

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Confira a entrevista concedida por Raimundo Salles nesta segunda-feira (28) para o RDTV:

Repórter Diário: Qual a importância da escolha de Edgard Brandão como vice na sua pré-candidatura?

Raimundo Salles: Esta parceria é decisiva na minha pré-candidatura. Nossa proposta era que o Martinha (Cícero Firmino da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá) fosse o vice-prefeito, mas com toda sua habilidade no meio político ele articulou esta união junto ao PSC. Na última semana fechamos esta união e no domingo (27) isto foi consagrado. Edgard Brandão tem muito conteúdo, foi duas vezes secretário de Santo André (de Habitação e de Planejamento) e já foi superintendente da Infraero, que coordena aeroportos de São Paulo. Ou seja, um homem importante, da cidade, testado e aprovado.

RD: Quais são os principais pontos do seu plano de governo, que será conduzido pelo Edgard?

Salles: O Brandão é tecnicamente preparado. Ele será o coordenador do programa de governo, mas é claro que todos os partidos da coligação irão contribuir com planos e ideias. Vamos buscar experiências exitosas também em outras cidades e até mesmo aqui em Santo André, seja do PT ou do governo Aidan. Não temos preconceito. Se a experiência foi exitosa, nós, objetivamente, iremos utilizar isso.

RD: Quais são suas principais bandeiras?
Salles:
Entre as discussões que queremos fazer, vamos estudar a possibilidade de promover a integração do transporte público, o Bilhete Único. Isso é algo muito importante. Vamos debater também com o mundo acadêmico e com todos os demais interessados a possibilidade de municipalizar o ensino. Queremos abrir este debate também com professores, alunos e pais de alunos. Na questão da segurança pública queremos integração absoluta e uma intensificação dos mapas de transparência de incidência criminal, atuando com Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda civil no sentido de combater o crime e o ambiente do crime, fazer com que ambientes que tenham incidência criminal constante possam ter atuações da prefeitura no que tange a essência de funcionamento ou obras naquela região.

RD: O Edgar Brandão sempre foi crítico da mobilidade urbana, dizendo que a cidade não tem grandes obras de impacto há anos. Como esta união vai fazer com que você apresente projetos pontuais para mobilidade urbana:

Salles: É muito importante resgatar a cidade. O modelo de cidade que surge na Idade Média na Europa é que a cidade é para o pedestre. A cidade é para as pessoas e não para os carros. O carro é uma forma de mobilidade do ser humano, mas a opção deve ser para o transporte coletivo. Caso minha candidatura seja aprovada na convenção e eu seja eleito, eu e Edgar vamos dar preferência para o transporte coletivo de massa, mesmo que isso tenha de sacrificar o transporte individual. Temos de dar opção objetiva para o transporte de massa de qualidade, integrado.

RD: Como estão as negociações para fechar o apoio do PCdoB?

Salles: As negociações estão avançadas. O Renan (Renan Arrais, presidente do PCdoB de Santo André) é muito sensível, tem um projeto para a cidade, tem ligação histórica com o PDT então temos todas as condições de firmar ainda esta semana a coligação. Está faltando alguns detalhes de proporcionalidade na chapa, como número de pré-candidatos que o PCdoB pretende lançar e a capacidade de absorver isso nesta proporcionalidade.

RD: Quais são os partidos na proporcional e na majoritária?

Salles: Na majoritária são os cinco. Na proporcional, PRB, PCdoB e PDT no formato de ligação. Na outra, PCS e PTC.

RD: Pretende atrair mais partidos?

Salles: O processo político tem uma dinâmica própria. Hoje Santo André apresenta bons pré-candidatos. Acho que esta dinâmica só será alterada se alguns destes pré-candidatos deixarem de concorrer.

RD: Qual sua atual condição como pré-candidato? Você é ‘ficha-limpa’?

Salles: Absolutamente ficha-limpa, garantido como pré-candidato, assim como fui na última eleição. Em 2006 fui candidato a deputado federal, tive 59,7 mil votos, e naquela oportunidade eu tinha um programa de TV, o Salles Entrevista. O período em que o programa estava no ar ultrapassou o permitido, não pelo fato de eu estar apresentando o programa, mas pelo fato do nome do programa. Isso gerou um pedido de investigação eleitoral, que foi arquivado pelo juiz de Primeira Instancia em São Bernardo, foi arquivado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e depois foi para o TSE. Já tinha passado todo o período de eventual punição, fui candidato depois a prefeito em Santo Andre, não tive nenhum problema, todas as contas aprovadas, não tenho nenhuma ação contra minha pessoa. Absolutamente nada. Na eleição a deputado estadual, novamente entraram com pedido de impugnação da candidatura. Impugnação não é cassação, é apenas uma oposição ao registro da candidatura. A grande dificuldade que tive é que a ministra Carmem Lúcia do TSE só julgou isso após as eleições, considerando que eu estava apto a disputar. Tanto é que depois tomei posse. Temos todos os documentos, eles estão à disposição. Tenho todas as condições de ser pré-candidato.

RD: No início da pré-campanha, anunciou acordo com Carlos Grana (PT) para um futuro apoio para quem passar para o segundo turno. Este acordo ainda está de pé?

Salles: sim, está valendo. Temos uma ótima relação com o PT, com o Carlos Grana, tenho uma relação com o prefeito Luiz Marinho. O que ficou tratado com as direções dos dois partidos, eu respeito. O partido fez um pré-acordo e isso será cumprido.

RD: Isso não é uma frente contra o Aidan?

Salles: De jeito nenhum. Tenho profundo apreço pelo Aidan, meu partido o apoiou no segundo turno e não vejo em nenhum problema com ele.

RD: Qual sua opinião quanto ao caso Semasa? Caso eleito prefeito, o que mudaria no processo de licença ambiental?

Salles: Sou muito ponderado nestas coisas de acusação. Vejo que no caso do Aidan, até agora não apareceu uma vítima. Eu acredito, por ser advogado, que o inquérito pode concluir por não imputar ao Ainda nenhum tipo de crime, pois não há vítima. Mas as acusações feitas pelo Calixto (advogado Calixto Antônio Júnior) são graves e devem ser investigas pela polícia, mas as outras acusações elas ficaram, no meu modo de ver, no ar. Não quero pré-julgar. A justiça é capaz de esclarecer tudo isso.

RD: Quais os erros que você cometeu nas últimas eleições e que não vai cometer nesta?

Salles: Aprendi muito nas eleições. A primeira coisa é ter consciência que precisamos de todo mundo, ser humilde e reconhecer o valor das pessoas. Posso discordar do Aidan, mas reconheço que ele abriu espaço para o diálogo com o funcionalismo, que há 12 anos não tinha aumento. Reconheço no Vanderlei Siraque um lutador, que o PT tinha um projeto para a cidade. Isso me fez mudar, encarar a política como algo que eu pudesse acrescentar. Pensava que eu pudesse fazer tudo, decidir tudo, mas não é assim. É preciso entender as circunstâncias que levaram até aquele evento político. Fiz uma bela campanha, terminei a caminhada e preservei a fé. 

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