Depois de alguns protestos e de pressionar o prefeito Marcelo Oliveira (PT) movimentos sociais e de habitação conseguiram uma agenda para esta quinta-feira (20/06) com técnicos da prefeitura de Mauá para definir como será feita a cessão do terreno para o MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) para a construção de habitações populares para 200 famílias. O movimento desocupou quatro áreas no ano passado, com a promessa de que o município cederia, em até seis meses, uma área para o conjunto habitacional. Durante o período o movimento elaborou projeto que foi aprovado em abril deste ano pelo Programa Minha Casa Minha Vida, na categoria Entidades, mas ainda falta a cessão do terreno.
No acordo celebrado em abril foram desmobilizadas três ocupações na cidade; a Antônio Conselheiro e Manoel Aleixo. organizadas pelo MLB e as ocupações Helenira Preta I e II, organizadas pelo Movimento Olga Benário. Os movimentos e a prefeitura negociaram a cessão de terreno para assentamento de famílias e um espaço para acolhimento de mulheres vítimas de violência. De acordo com o MLB deste setembro, pouco antes de terminar o prazo de seis meses dado pela prefeitura, já houve tentativas de conversas com a administração, mas sem sucesso. “Mauá tem 32 mil pessoas no déficit habitacional, quando chove a casa das nossas companheiras alaga. Nossa luta é digna!” afirma Luiza Fegadolli, do Movimento de Mulheres Olga Benario.
Na quarta feira (12/06), as famílias do MLB ocuparam a prefeitura da cidade para exigir a doação do terreno e, como resultado dessa mobilização conseguiram uma reunião na prefeitura, para sexta-feira (14/06), mas chegando no Paço os representantes dos sem teto não foram recebidos, ficaram do lado de fora para participarem de uma reunião on-line que não foi positiva, já que a administração alegou entraves jurídicos. No sábado (15/06) integrantes do MLB e do Movimento Olga Benário ocuparam a Conferência Municipal de Mauá. Forçando nova negociação com a prefeitura. “Nós do MLB estamos aqui hoje pra cobrar a promessa de cessão de um terreno para que possamos construir as nossas moradias! Milhares estão desempregados, morando nas ruas, moradia digna é um direito e estamos aqui pra lutar”, disse Selma Almeida, da coordenação do movimento.
Após o manifesto de sábado, a liderança do movimento disse que o prefeito Marcelo Oliveira disse ao movimento que iria conversar com a Caixa Econômica Federal e receberia o MLB na quinta-feira (20/06) para alinhar a documentação necessária. Procurada, a prefeitura de Mauá, não se manifestou sobre o atraso na cessão do terreno