Um voluntário que atuava dando aulas de coreografia na escola Ruth Neves Sant´Ana, que fica no bairro Centro Alto, em Ribeirão Pires, foi afastado após denúncia de que teria assediado alunas de 14 e 15 anos. Segundo uma carta que foi apresentada pelo grêmio estudantil, o homem, que não é funcionário da escola, mas era autorizado a entrar, ensinava coreografia para uma apresentação dos alunos que vai acontecer na Festa Junina da escola e, em meio aos ensaios, dizia coisas inapropriadas para as meninas. A Secretaria Estadual de Educação disse que instalou procedimento para apurar a situação.
O RD teve acesso ao conteúdo da carta que foi apresentada à direção da escola em que o assunto é narrado para conhecimento da diretora. Uma testemunha que pediu para não ser identificada contou à reportagem ter ouvido relatos de alunas que faziam as aulas com esse voluntário. Dentre os relatos há reprodução de falas deste instrutor referindo-se às adolescentes como “gostosas”. Em outras falas atribuídas ao voluntário ele dizia aos meninos que se tivesse a idade deles, que “pegava aquelas meninas porque elas são muito gostosas”.
Na carta levada à diretoria da escola estadual o Grêmio Estudantil Kefi-Renova, cria a Comissão de Defesa dos Direitos das Alunas da Escola Ruth Neves Sant´ana e aponta as denúncias e ainda solicita que um funcionário da escola fique junto com esse voluntário durante os ensaios a fim de garantir a segurança e bem estar das alunas. A carta é datada do dia 5 de junho.
“Ele tinha passe livre para entrar na escola, mas ele não é funcionário. Aí eu soube porque uma aluna daquela turma me contou que ele falava que elas eram gostosas e soube de outras também. Esse cara é um nojento. Pega na cintura das meninas depois chama de gostosa. Ele não é um profissional. Teve uma história de que ele pagou um sorvete para uma aluna, não sei se foi verdade”, disse a jovem.
A Secretaria Estadual de Educação, foi perguntada se é possível, dentro das atribuições da direção escolar, permitir que pessoas que não fazem parte do quadro de pessoal da Diretoria de Ensino, possam entrar na escola e ter acesso aos estudantes. Em nota, a pasta disse que iniciou o processo de apuração e determinou o imediato afastamento do voluntário. “A DE (Diretoria de Ensino) de Mauá repudia todo e qualquer ato de assédio dentro ou fora das escolas. Diante das alegações, a DE já iniciou um processo de escuta ativa de alunos, responsáveis e servidores a fim de esclarecer os fatos. O voluntário citado não está mais atuando na escola e o caso foi registrado na plataforma do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP). A Diretoria de Ensino de Mauá e a direção da escola estão à disposição dos alunos e profissionais envolvidos”.
Após o RD ter acesso à carta e questionar a Secretaria de Educação sobre a situação, algumas alunas e mães foram questionadas pela direção do colégio interessada em saber quem foi que levou o assunto ao conhecimento da imprensa.