Considerado um dos setores mais poluentes do planeta, o segmento têxtil tem o desafio de lidar com a destinação correta de resíduos sólidos e economizar o uso de recursos naturais. A informação é validada por vários estudos globais e um deles foi divulgado pela Global Fashion Agenda, entidade que defende o crescimento da moda sustentável.
Um dos levantamentos da organização revelou que o setor têxtil descarta anualmente, cerca de 92 milhões de toneladas de resíduos. Além disso, apresentou uma projeção de um cálculo médio, no qual o volume apresentado pode chegar a 140 milhões de toneladas até 2030.
Com essa perspectiva, o conceito de moda sustentável foi desenvolvido com o objetivo de produzir peças de vestuário que reduzam os impactos negativos no meio ambiente. Em outras palavras, o modelo produtivo é centrado na criação de roupas feitas a partir de processos ecologicamente corretos.
Para que isso seja possível são pesquisados componentes, produzidos a partir de fibras recicladas ou naturais. Vale acrescentar que alguns tecidos são cultivados organicamente (sem insumos químicos), ou ainda, consumindo menor quantidade de água e eletricidade.
Papel da moda sustentável na mudança de hábitos da população
Na avaliação de Kledir Henrique Salgado, professor da graduação de Tecnologia em Design de Moda do Senac EAD, o setor de moda sustentável precisa defender a diminuição dos impactos ambientais causados a partir do sistema produtivo. “Podemos dizer que é um movimento consciente, concebido a partir de uma abordagem que leva em consideração, o impacto ambiental, social e econômico, empregados na fabricação de produtos e serviços de moda”, diz.
É importante destacar que os consumidores ocupam uma posição de destaque no crescimento do setor, já que precisam ser esclarecidos sobre a relevância na mudança de comportamento e hábitos de consumo. Isso implica em deixar de comprar roupas de empresas que não dão prioridade às necessidades do planeta e dos trabalhadores.
Kledir reforça outras práticas relevantes para promover a sustentabilidade no setor de moda. “A economia circular é uma forma de reformar ou customizar roupas usadas, ao invés de comprar mais peças”. A adesão dos consumidores foi tanta que grandes marcas de moda adotaram o conceito e outras, estão revendo as cadeias de abastecimento.
Compromisso do Senac EAD com a moda sustentável
A graduação de Tecnologia em Design de Moda do Senac EAD foi lançada em 2024, com objetivo de atender a demanda de candidatos que procuram por uma formação de nível superior em moda, mas não conseguem acompanhar as aulas presenciais.
É importante esclarecer que o curso oferece um panorama completo do setor, de modo que o aluno aprenda a interpretar a moda no viés mercadológico, teórico e estético. O comprometimento da instituição com a moda sustentável é comprovado na oferta das seguintes disciplinas: Princípios de sustentabilidade na moda, Experimentações Têxteis, Empreendedorismo, Inovação e Economia Criativa e Ética, Cidadania e Sustentabilidade.
Kledir afirma que o aluno aprenderá os conceitos de design sustentável, ou seja, durante a concepção de um produto ou serviço de moda, será incentivado a propor soluções com menor impacto ambiental. “Assim, a redução não ocorrerá somente na curadoria de materiais, mas em toda cadeia de têxtil e moda”, afirma.
Com esse entendimento, é importante reforçar que os profissionais de moda têm um campo abrangente de atuação, na indústria têxtil e de confecção, varejo de moda, coordenação de estilo, pesquisa de tendências e planejamento estratégico de marketing de moda.
Na avaliação do professor do Senac EAD, as diretrizes de ensino de design de moda pedem um olhar sistêmico e vertical da sustentabilidade. Ou seja, você não precisa ser um especialista, mas todo projeto que desenvolver, deve ser o mais sustentável possível”, diz.