No universo dos serviços de emergência, a rapidez é fator crítico que pode determinar o desfecho de uma situação. Nesse contexto, o sanitarista e professor do Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Homero Nepomuceno Duarte, destaca a importância de reduzir o tempo de resposta de um chamado como prioridade sobre o aumento na quantidade de ambulâncias disponíveis.
Para o RD, o professor explica os pacientes são classificados em verde (casos mais leves que podem ser atendidos em até uma hora), amarelo (casos medianos que devem se atendidos em até 20 minutos) e vermelho (casos mais graves que devem ser atendidos entre 10 a 15 minutos).
Em situações de emergência, cada minuto conta e quando se trata de serviços críticos, como os de saúde, o importante é capacitar os atendentes dos chamados de urgência para que possam determinar quão grave é a situação e, assim, diminuir o tempo resposta. “Para enviar os carros certos e no tempo certo, é necessário que os atendentes para receber as ligações sejam capacitados em entender os sintomas, a situação do paciente e classificar o nível de gravidade que ele se encontra”, comenta.
Nepomuceno explica que a compra de ambulâncias por cidade pode ser definida a partir do número de habitantes, mas o tempo resposta de cada cidade também pode determinar a necessidade ou não de mais carros. “No que se trata do número de habitantes, é obrigatório ter uma ambulância de atendimento básico para até 100 mil pessoas e uma de atendimento avançado para cada 400 mil. Então, uma cidade como Santo André que tem 748.919 habitantes são obrigatórios sete veículos de atendimento básico e duas de avançado. Mas a cidade também possui pontos de difícil acesso, trânsito e regiões distantes, como Paranapiacaba, o que representa um tempo resposta maior e, por isso, ela pode solicitar mais ambulâncias”, orienta.
Número de ambulâncias em funcionamento no ABC
Segundo levantamento feito pelo RD com base nas informações fornecidas pelas prefeituras, o ABC possui mais de 64 ambulâncias em funcionamento, sendo 54 comuns e 10 motolâncias e veículos de intervenção rápida. A cidade com o maior número de carros é São Bernardo, que segundo o último Censo, possui 810.729 habitantes e conta com 14 ambulâncias em operação, sendo 12 básicas e duas avançadas (UTI), duas reservas técnicas e três motolâncias. Os veículos são distribuídos pelas bases descentralizadas, localizadas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município.
Em seguida aparece Santo André, que tem 748.919 habitantes, possui 15 ambulâncias e 4 motolâncias, todas em pleno funcionamento. Os veículos são distribuídos em bases descentralizadas, sendo uma base na rua Catequese, uma no Hospital da Mulher, uma no AME, uma no Parque do Pedroso e uma em Paranapiacaba.
Diadema
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Diadema conta com 12 ambulâncias habilitadas pelo Ministério da Saúde, sendo 10 de suporte básico e duas de suporte avançado. A base do SAMU fica na região central da cidade, que atende e direciona os chamados e envio de ambulâncias. Com a entrega da reforma do Pronto Atendimento (PA) Eldorado foi instalada uma base descentralizada do SAMU com uma ambulância 24h no bairro, que é o segundo com mais chamados na cidade, para otimizar o tempo de atendimento. A cidade tem uma população de 393.237 pessoas.
São Caetano conta com seis ambulâncias, um carro de apoio, um veículo de intervenção rápida e duas motolâncias e, a cidade finaliza a aquisição de duas novas ambulâncias para atender os 165.655 munícipes. Ribeirão Pires possui 115.559 habitantes e disponibiliza sete ambulâncias, que realizam transferências entre unidades hospitalares e transporte para agendas de consultas, exames ou procedimentos médicos.
Questionadas, as prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.