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Furtos e roubos têm tirado o sono de moradores e comerciantes dos bairros Valparaíso e Vila Príncipe de Gales, em Santo André. Um grupo de moradores decidiu realizar reuniões em praça pública para trocar experiências e traçar estratégias de cobrança de providências pelas autoridades. Também há queixas de segurança nos bairros Bom Pastor e Vila Alice. A estatística criminal aponta que os registros formais de ocorrências estão em queda, o que não reflete necessariamente a realidade já que várias situações não são registradas.
De acordo com os números oficiais da Secretaria de Segurança Pública, entre janeiro e fevereiro do ano passado foram 13 casos de furto nos quatro bairros citados. A maioria deles, oito, acontece no bairro Valparaíso, três na Vila Príncipe de Gales, um no Bom Pastor e um na Vila Alice. Já no primeiro bimestre deste ano foram sete boletins de ocorrência registrados, sendo quatro na Vila Alice, dois em Valparaíso e um na Vila Príncipe de Gales. Os números apontam para queda de 46%. Mas a sensação de pavor dos moradores é grande o que demonstra o descolamento do que realmente acontece e os casos que acabam registrados.
A maioria dos furtos acontece de madrugada, enquanto os moradores dormem. Cadeados são forçados e criminosos furtam qualquer objeto que possa ser vendido, principalmente objetos metálicos e até fiação elétrica. Moradora há 44 anos da Vila Príncipe de Gales, Simone Neri, conta que nos últimos seis anos, a situação começou a piorar. Ela relata um episódio que aconteceu na sua casa.
De madrugada
“A gente estava dormindo e quebraram o cadeado do nosso portão, chegaram a entrar no nosso quintal, acho que tentaram arrancar alguma parte do portão que é de alumínio para vender, mas a vizinha ouviu barulho e começou a gritar. O vizinho disse que viu ele trocar de roupa quando saiu daqui de casa, certamente para não ser reconhecido na rua. Ficamos apavorados”, relata a moradora que participou da reunião de sábado (13/04) na praça São Jorge, que fica em frente à escola municipal Ennio Mário Bassalho de Andrade, que já teve também a fiação e até torneiras furtadas.
Simone diz que os vizinhos têm investido em ações de prevenção bastante invasivas nas casas, como a que ela e os vizinhos fizeram, ao instalar arames perfurantes, conhecidos como concertina, nos muros, além de um sistema de câmeras. “Parece um mini presídio em que a gente fica trancado dentro de casa”, comenta.
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A reunião de sábado foi a segunda do grupo que, se o tempo estiver bom volta a se encontrar na praça São Jorge no dia 20/04. “Também queremos levar essa nossa insatisfação para as reuniões do Conseg (Conselho de Segurança Comunitária). Nesta segunda reunião já participaram cerca de 20 pessoas, queremos juntar cada vez mais gente, porque está ficando difícil morar aqui. A gente só não sai porque temos casa própria e é da família. Mas já tem gente que saiu”.
Uma das reivindicações do grupo é uma base comunitária que pode ser da PM ou da Guarda Civil Municipal. “Por aqui passam muitas pessoas que recolhem materiais e vendem em depósitos de ferro velho, a gente vê eles carregando coisas por aqui, mas a gente não sabe se foi alguém que deu ou se pegaram de alguma casa”, diz a moradora.
Os moradores contam que nem cavaletes de água, com relógio e tudo, são poupados pelos elementos que furtam na região. Um imóvel que está fechado na avenida Príncipe de Gales foi vítima recente desta situação. A Sabesp foi chamada para conter um vazamento grande de água no local e constataram que o cavalete tinha sido furtado.
PM e CGM
Em nota a Secretaria de Segurança Pública minimiza o problema e fala do êxito nas operações policiais realizadas em Santo André. “As polícias Civil e Militar trabalham em conjunto para combater a criminalidade em todo o município de Santo André. As ações integradas possibilitaram a queda de 12,4% dos roubos nos primeiros dois meses de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Ainda, 265 infratores foram presos e apreendidos, sendo 24 destes por roubos e furtos. Foram apreendidas 16 armas de fogo ilegais, enfraquecendo as atividades ilícitas na região. No primeiro trimestre deste ano, a PM realizou diversas ações na região, com destaques para as Operações Impacto ABC Integrada, Átria e Integrada”, informou a pasta, em nota.
Já a Prefeitura, que conta com a Guarda Civil Municipal (GCM), cita a ações em conjunto com as polícias. “A Prefeitura de Santo André, informa que a GCM trabalha diariamente na região citada. Desde fevereiro, até o fim do mês de março, diversas ações de patrulhamento aconteceram nos bairros através das Operações Delegadas. Atualmente, as atividades de ronda seguem normalmente, sejam da GCM, ou da Polícia Militar. Na última sexta-feira (12/04) houve prisão de um indivíduo que praticava assaltos nesta região a bordo de uma moto. Em outra ocorrência na região foram recuperados dois veículos furtados. As corporações não deixam de atender os chamados e realizar patrulhamentos. A região traz diversas dificuldades, como o alto número de usuários de drogas. Sobre a escola citada, um sistema de monitoramento será instalado para ajudar a GCM no cuidado com a instituição de ensino”, informa em nota.