Afeto ajuda criança com autismo a criar confiança

As principais características da pessoa com autismo estão relacionadas à interação social e dificuldade de comunicação / Foto: Silvia Becker

Nesta segunda-feira (2) foi comemorado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Neste dia, sobressai a luta para que os autistas sejam inclusos. Silvia Becker, pedagoga especialista em educação inclusiva e professora da rede pública de Santo André diz acreditar e defender a inclusão, mas admite que não é um processo fácil, “Exige disponibilidade e comprometimento do professor, apoio da direção escolar e acompanhamento da família”.

As principais características da pessoa com autismo estão relacionadas à interação social e dificuldade de comunicação. Até os três anos estas características podem ser diagnosticadas. Muitas vezes podem aparecer até antes, quando a criança começa a frequentar a escola e tem dificuldades no processo socialização.

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“A relação afetiva é essencial, se a criança percebe que está sendo acolhida, ela acaba criando confiança”, explica Silvia, autora do trabalho A importância da relação professor aluno na inclusão de crianças autistas na educação infantil (2011).

O diagnóstico, acompanhamento e muitas vezes tratamento são feitos por uma equipe multidisciplinar de profissionais, que envolve psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e, é claro, professores e família.

Silvia explica que o autismo é um transtorno do espectro autístico, que agrupa cinco transtornos específicos: transtorno autístico ou autismo, transtorno desintegrativo da infância, síndrome de Asperger, transtorno de Rett e transtorno global do desenvolvimento (TGD) e é dividido em três graus.

Principais características
Segundo dados da Autismo e Realidade – Associação de Estudos de Apoio, a cada 110 crianças, uma é autista no Brasil. Segundo Silvia, o autismo é quatro vezes mais comum em meninos.

Além da dificuldade de comunicação e linguagem, a criança com autismo, na maioria das vezes apresenta comportamentos repetitivos, dificuldade de contato ocular e fixação do olhar, não compartilha sensações (muitas vezes não percebem que estão no colo de alguém), não tem expressões e associações aos estímulos, não responde quando é chamada pelo nome e não consegue estabelecer um diálogo, repetindo, muitas vezes, o que o adulto falou.

Outro aspecto muito importante que deve ser respeitado tanto pela escola quanto pela família é a rotina, “O aluno precisa ter uma rotina tanto em casa quando na escola e essa rotina não pode ser modificada bruscamente”, explica a pedagoga. Locais barulhentos e desconhecidos para a criança com autismo também podem deixá-la nervosa.

A criança com autismo percebe e entende, mas não consegue expressar. “O professor não pode trabalhar sozinho, pois ele terá que fazer adaptações no planejamento pedagógico e, principalmente, informar-se”, finaliza. (Colaborou Nathália Blanco)

Para acessar mais informações sobre o Autismo, visite os sites das instituições

Autismo e Realidade – Associação de Estudos de Apoio
www.autismoerealidade.com.br
ABRA – Associação Brasileira de Autismo
www.autismo.org.br
AMA – Associação dos Amigos do Autista
ama.org.br
Cartilha Direito das Pessoas com Autismo
www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/34/figuras/DireitosPessoasAutismo_Leitura.pdf

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