Segundo o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), em 2023 houve aumento entre 25% e 35% no número de golpes digitais e de vítimas no Brasil, assim como crescimento de ocorrências policiais. Ao RDtv, o advogado e professor de Direito Penal da Universidade Metodista de São Paulo, Bruno Souza, comenta sobre o atual cenário, além de práticas realizadas por criminosos e maneiras de se prevenir dos golpes.
Como práticas mais comuns, Souza aponta que os criminosos usam o apelo emocional para convencer a outra pessoa a passar os dados. “Geralmente falam que precisam receber valores para ajudar um ente querido, ou até mesmo, por não terem conta bancária, o que é bem estranho nos dias de hoje pela facilidade que tecnologia proporciona”, explica. Segundo ele, os golpistas simulam a venda de imóveis e veículos para o repasse do valor, e utilizam da conta de terceiros para não serem localizados pela polícia. “Esses casos crescem cada vez mais, isso porque normalmente os golpistas oferecem algo em troca, como 10% do valor repassado, e dependendo do valor, é difícil uma pessoa recusar e ver algo de errado”, reforça o advogado.
Pelo mundo digital, o PIX e os bancos digitais predominam a vida dos brasileiros. Segundo a Finder, atualmente 43% dos brasileiros possuem uma conta digital e a expectativa é que a marca atinja os 57% até 2027. “Sem dúvida alguma, a tecnologia facilita os golpes. Isso porque no caso do PIX, por exemplo, o golpista precisa de apenas um chave para fazer as transações que normalmente são feitas de maneira rápida”, diz Souza.
Transações suspeitas
Caso uma pessoa receba transações suspeitas e não denuncie, ela pode responder pelo crime de estelionato, associação criminosa, apropriação inepta, e em casos mais extremos, por organização criminosa. Segundo o advogado, geralmente os golpistas trabalham em grupos, com pessoas em funções específicas para que o procedimento seja feito com sucesso.
Como precaução, o advogado reforça que a melhor maneira de evitar que dados sejam utilizados para fins de golpes bancários, é não compartilhar dados pessoais com terceiros. “Seus dados bancários são como seus dados pessoais, como RG, CPF e endereço. Por isso, evite de compartilhar seus dados com terceiros, a não ser que sejam pessoas de extrema confiança sua. No caso de idosos, a precaução é redobrada, pois é onde está o maior índice de golpes digitais registrados”, reforça Souza.