Faltam profissionais e sobram vagas na área de petróleo e gás

O promissor crescimento da economia nacional em detrimento da descoberta do pré-sal pode ser comprometido devido à falta de profissionais capacitados e especializados na área de petróleo e gás. É o que aponta o especialista Bernardo Moreira, sócio de auditoria da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil.

“Ainda não estamos preparados para conseguir atender o número de vagas disponíveis e as que ainda serão abertas no setor”, lamenta Moreira. “No último ano a indústria de petróleo e gás praticamente dobrou de tamanho, mas a oferta de profissionais não acompanhou tal tendência”, completa. Estima-se que cerca de 12 mil vaga sejam abertas nos próximos anos, sendo cerca de oito mil só na Petrobras.

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“As universidades e demais instituições de ensino devem olhar para as carreiras do futuro para preparar bons profissionais que consigam preencher as futuras vagas. Hoje em dia está praticamente tudo na mão de Petrobrás (que possui um programa que forma seus próprios profissionais) e do governo, por meio do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural)”, conta.

O especialista explica ainda que caso não haja preocupação por parte das universidades na criação de cursos voltados ao setor – apesar da proximidade com a baixada santista, nenhuma instituição de ensino superior do ABC oferece cursos específicos para o setor – o mercado sofrerá ainda mais com a lacuna existente em decorrência da diferença de experiência dos profissionais atuantes.

“Temos pessoas que atuam no ramo há 25 anos e aqueles mais novatos, com cerca de cinco anos de experiência. Quando os mais velhos deixarem de atuar no setor, os mais novos terão de conseguir se adequar às demandas e responsabilidades que antes ficavam a cargo dos mais experientes”, destaca. “Isso é resultado da falta de cursos e da falta de estímulo dos jovens a seguir a carreira”, afirma.

Segundo Moreira, as vagas de nível superior que mais necessitam de profissionais são para engenheiros de petróleo, geólogos e geofísicos, além das administrativas, como contadores, economistas e de Recursos Humanos para que seja dado suporte ao crescimento das empresas. Trabalhadores de nível técnico como soldadores também são requisitados.

“A média salarial de um profissional de nível técnico que atua na área de petróleo e gás é de R$ 4 mil a R$ 5 mil. Já para quem tem nível superior os rendimentos partem de R$ 7 mil”, ressalta Moreira.

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