
Manoel Nascimento Moreira, acusado de latrocínio, roubo seguido de morte, no caso da fisioterapeuta Olívia Tsutsumi Ambrogi, se entregou à Polícia Civil de São Bernardo, nesta quinta-feira (26/01). Moreira chegou ao 5º Distrito Policial, no bairro Pauliceia, de taxi e acompanhado da esposa. Manoel, tem extenso currículo criminal, inclusive havia deixado a cadeia há 50 dias e estava em liberdade provisória.
Logo após o crime, na segunda-feira (23/01), a equipe de investigadores, sob coordenação do delegado Américo dos Santos Neto e da delegada seccional Kelly Cristina Sachetto Cesar de Andrade, identificaram Moreira e localizaram sua casa, no Jardim Miriam, em São Paulo.
O cerco se fechou e a imagem do criminoso foi divulgada. Sem saída, o acusado contratou um advogado e iniciou a rendição. Exigiu garantias de preservação da sua integridade física. Informações de investigadores indicam que o próprio crime organizado naquela região da Capital começou a “ter prejuízos” com a movimentação de militares. Moreira passou a temer pela própria vida.
O delegado Américo explica que um quilômetro antes de Moreira chegar ao DP, o advogado avisou e todo aparato policial foi preparado. “Ele chegou de táxi”, frisa o titular da investigação. Durante o interrogatório, Moreira se mostrou frio, sem qualquer sentimento. Não demonstrou arrependimento. Perguntado o porquê de ter atirado, abaixou a cabeça e se limitou a dizer que falaria somente em juízo.
Arma foi um revólver calibre 38
Para matar a vítima, Moreira utilizou um revólver calibre 38. Disparou um tiro que acertou Olívia do lado direito do corpo, o projétil atravessou toda a região do abdômen e ficou alojado. Pelo crime de latrocínio, se condenado, Moreira poderá pegar, no mínimo, 20 anos de cadeia.
A Polícia Civil ainda segue com as investigações para determinar quem são os compradores dos veículos roubados. O trabalho é minucioso, já que a quadrilha divide as ações para dificultar as investigações. Segundo o delegado Américo dos Santos Neto, Moreira era espécie de captador, responsável por roubar os veículos e deixar em lugar pré-determinado para “esfriar”, ver se não tem rastreador, depois um outro membro da quadrilha busca o veículo e leva para o desmanche. Normalmente os membros não se conhecem.
As peças desmontadas abastecem o comércio ilegal. Perguntado se os desmanches estão localizados no ABC, o delegado afirma não ter a informação ainda. “Estamos aguardando a autorização para a quebra do sigilo telefônico”, diz.
Ao chegar na delegacia, Moreira trajava boné e máscara facial, com o intuito de evitar sua identificação por outras vítimas.
Delegado titular do 5°DP fala sobre a prisão do Manoel Moreira
Manoel Nascimento Moreira se entrega à Polícia Civil