PF abre inquérito sobre ataque a carro de juiz que mandou prender Milton Ribeiro

A Polícia Federal abriu um inquérito sobre as ameaças ao juiz Renato Borelli, responsável pela ordem de prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro no bojo da investigação sobre o ‘gabinete paralelo’ instalado no MEC com favorecimento de pastores na distribuição de verbas – caso revelado pelo Estadão. A investigação ainda deve apurar o ataque com terra, ovos e estrume ao carro do magistrado. De acordo com a corporação, a investigação é conduzida pela Superintendência Regional no Distrito Federal, com o apoio da Justiça Federal.

A Procuradoria da República no Distrito Federal também indicou que foi aberta uma investigação sigilosa a fim de ‘identificar os autores dos atos que colocam em risco a liberdade necessária para o desempenho da função jurisdicional’. O Ministério Público Federal repudiou os ataques sofridos pelo magistrado e manifestou ‘preocupação com a segurança do magistrado, bem como a de seus familiares’.

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As apurações foram abertas após a Justiça Federal do DF denunciar que Borelli recebeu ‘centenas de ameaças’ de apoiadores de Milton Ribeiro, após mandar prender o principal investigado da Operação Acesso Pago. O órgão não detalhou de que modo se deram as ameaças.

Duas semanas depois das ameaças terem sido denunciadas, o carro do juiz foi atingido por um artefato contendo terra, ovos e estrume nesta quinta-feira, 7, enquanto o juiz se deslocava em Brasília. O veículo foi atingido nas laterais e no para-brisa dianteiro.

Como mostrou o Estadão, desde a prisão do ex-ministro, bolsonaristas recuperam uma decisão do juiz da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, dada em junho de 2020, para tentar minimizar a decisão sobre Ribeiro.

Na ocasião, Borelli determinou que Bolsonaro fosse obrigado a usar máscara nos espaços públicos de Brasília – decisão que acabou derrubada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região dois dias depois.

Aliados do presidente insinuam que o juiz teria alguma motivação ideológica para perseguir o chefe do Executivo, mas o histórico de decisões de Borelli não atesta essa tese. O magistrado tem em sua carreira uma lista de despachos contrários a políticos de diferentes partidos, como PT e MDB.

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