Estudantes de Diadema recebem livros

Em São Caetano, os estudantes leem livros nas salas de aulas, mas também podem levar para casa/ Fotos: Marciel Peres

Começam a ser distribuídos na próxima semana os 11 mil livros destinados aos estudantes do 4º e 5º ano do ensino fundamental de Diadema, integrantes projeto Ler Mais, criado pela Prefeitura. No total, 3,5 mil alunos receberão dois títulos, que poderão ser levados para a casa permanentemente.

Segundo Roberta Oliveira, diretora do Departamento de Formação e Acompanhamento Pedagógico, o programa foi dividido em quatro fases: aquisição dos livros, reorganização dos espaços dentro das escolas para estimular a leitura, formação dos professores e trabalho com a comunidade.

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Até agora 66% dos professores foram capacitados para integrar o projeto, que realizará outro encontro para que todos participem da formação. “A ideia é que os professores apresentem os livros às crianças, expliquem sobre a importância da leitura e como cuidar dos títulos”, explica.

Serão doados dois livros para cada criança. Para o 4º ano, os títulos são O Mistério do Coelho Pensante e Outros Contos, de Clarisse Lispector, e Heróis e Guerreiras, de Heloísa Prieto. Os estudantes do 5º ano receberão os livros O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá – Uma História de Amor, de Jorge Amado, e Contos de Outrora para Jovens de Agora, de Rosane Pamplona. “São dois autores tradicionais e duas contemporâneas. A ideia é que as crianças percebam as diferenças de cada um e descubram o gosto pela leitura”, completa a diretora. No próximo ano, os estudantes do 1º ao 3º ano contarão nas salas de aula com acervo de 60 títulos.

Municípios têm projetos para leitura

Além do Ler Mais em Diadema, outras prefeituras da região também mantêm projetos para estimular a leitura nas salas de aula. Em Ribeirão Pires, os alunos da rede municipal contam com as bebetecas, que atuam no primeiro contato entre as crianças e os livros antes da alfabetização.

O material, que compõe os espaços de leitura faz parte do projeto pedagógico e beneficia cerca de 1,4 mil crianças de 17 escolas municipais. Cada uma das unidades recebeu um kit com diversos livros, incluindo histórias que trabalham temas, como animais, formas e texturas. A bebeteca reúne também CDs com músicas infantis.

Em São Bernardo, todas as EMEBs (escolas municipais de ensino básico) possuem bibliotecas. Além destes equipamentos disponíveis aos alunos, a Secretaria de Educação, em parceria com a Fundação Criança, possui agentes de leituras, que percorrem as escolas com programa de contação de histórias. Outro projeto da Pasta é com agentes que percorrem as comunidades para levar leitura para pais e filhos.

São Caetano mantém o projeto Biblioteca Viva para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Toda semana os estudantes levam para casa um livro disponível da biblioteca, com o objetivo de incentivar a leitura compartilhada com a família. Na sala de aula, os professores estimulam a leitura por meio de comentários sobre o livro, resenhas, rodas de leitura e dramatização de histórias.

As escolas municipais de Mauá possuem salas de leitura com materiais específicos para os professores trabalharem com as crianças. A Escola Municipal Cora Coralina, no jardim Bom Recanto, que atende o 1º ano do ensino fundamental, possui biblioteca. Ao todo, são 36 unidades de ensino da rede municipal.

Em agosto, Mauá também iniciou parceria com o SESC e trouxe o Bibliosesc, um caminhão equipado com 1,5 mil livros, que oferece a consulta e o empréstimo dos títulos aos interessados. Atualmente, o projeto piloto atende o jardim Paranavaí, mas a previsão é levar a iniciativa para outros bairros. As prefeituras de Santo André e Rio Grande da Serra não responderam se há projetos que estimulem a leitura na rede municipal de ensino. (AM)

Estímulo deve começar desde cedo

De acordo com Márcia de Azevedo Arouca, coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Anchieta, o gosto pela leitura deve começar a ser estimulado desde os primeiros meses de vida da criança. “Os livros de banho, que podem ser molhados, funcionam muito bem para a criança começar a se familiarizar com o universo da leitura”, ensina.
Márcia diz, no entanto, não se deve forçar os pequenos a lerem. O interesse deve partir naturalmente da criança, sempre com motivação dos pais e professores. “Não adianta dar Machado de Assis para crianças da 5ª série, por exemplo. Dificilmente eles compreenderão o texto e com certeza eles odiarão o autor para o resto da vida. Nesta idade, a dica é apostar em livros de mistério e aventura, que estimulem a imaginação”, ensina. (AM)
 

 

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