Em visita a São Bernardo nesta quinta-feira (26/5), o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), falou pela primeira vez sobre o caso Toyota e a reunião que teve com o prefeito Orlando Morando (PSDB) e os integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na semana passada. O tucano relatou que conversou com a direção da montadora e aguarda um posicionamento da empresa sobre quais medidas ajudariam a manter os mais de 500 empregos na região. Além disso, o chefe do Executivo paulista reclamou sobre a aprovação do projeto que limita o ICMS dos combustíveis e energia elétrica sem contrapartida para estados e municípios.
Garcia relata que reproduziu para os representantes da montadora os apelos feitos no encontro com Morando e o Sindicato, e alertou que o Estado estava disponível para encontrar um caminho para conseguir manter os empregos e a produção em São Bernardo.
“Naturalmente que a Toyota me respondeu que os empregos estão sendo preservados no Estado de São Paulo. Como governador essa é a minha principal defesa, mas disse a ela da importância de mantermos empregos no AC. Ele não me deu ainda uma resposta positiva, eu ainda não tive ainda uma resposta positiva”, disse o governador. Não foi revelada quais alternativas poderiam ser colocadas em uma possível mesa de negociações.
ICMS
Rodrigo Garcia também comentou sobre a Câmara dos Deputados ter aprovado na última quarta-feira (25/5) o projeto de lei que limita o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para os combustíveis e energia elétrica, mas que também atinge outras áreas como gás natural, comunicações e transportes coletivos.
Para o governador paulista, a medida foi tomada sem levar em conta a arrecadação de estados e municípios, e a falta de contrapartida que pode causar investimentos em áreas básicas como Educação e Saúde. “Todo o esforço para reduzir o preço dos combustíveis no Brasil é necessário. Agora, não se pode reduzir o preço do combustível identificando que o ICMS seja o vilão do preço do combustível. Em dezembro do ano passado o Estado congelou o ICMS do combustível em R$ 0,63. O preço do diesel na época era de R$ 4,20. Em maio a alíquota do ICMS é a mesma, R$ 0,63, mas o preço do diesel é R$ 6,50”, justificou o tucano.
Garcia considera que os principais problemas para que o preço do combustível tenha ficado mais caro é a política de preços da Petrobras, a alta do dólar e a desvalorização do real. A estimativa do Estado é que caso a proposta seja aprovada no Senado e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), São Paulo perderia anualmente R$ 9 bilhões, sendo que 25% deste valor (R$ 4,25 bilhões) são repassados para os municípios.