O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), voltou a comentar sobre a desistência do ex-governador paulista João Doria (PSDB) em disputar a Presidência da República. Nesta terça-feira (24/5) o tucano apontou seu apoio para que o partido acompanhe Simone Tebet (MDB) e chamou de “golpe” a tentativa de algumas alas do tucanato em emplacar o nome do ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) para disputar o comando da nação.
Sem citar o nome de Eduardo, Morando fez referência às prévias tucanas que ocorreram no ano passado e que culminaram com a vitória de Doria e a derrota de Leite. Para o são-bernadense não há sentido que o partido tire o paulista para simplesmente trocar de candidato sem uma consulta a militância.
“O que não tem sentido é o vitorioso (das prévias, João Doria) sair da disputa e querer colocar o derrotado (Eduardo Leite), isso não tem sentido lógico, isso não é bom senso e isso sim é o golpe. O gesto de grandeza do ex-governador João Doria em deixar a disputa não pode ser apequenado em querer uma minoria derrotada do partido em querer impor um nome que não está colocado no Centro Democrático e eu tenho certeza que não será o nome apresentado a sociedade (sic)”, disse o prefeito ao lado da deputada estadual Carla Morando (PSDB).
Internamente a ala liderada pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB/MG) defende que Eduardo Leite seja o escolhido pelo partido para a disputa presidencial. Porém, a Executiva Nacional busca convergência para apoiar Simone Tebet. Uma nova reunião foi marcada para o dia 2 de junho para que ocorra um entendimento entre todas as partes tucanas neste debate.
Se confirmado o apoio ao nome da senadora, será a primeira vez desde a volta da eleição para presidente que o PSDB não contará com candidatura. Em 1989, Mario Covas foi o postulante. Fernando Henrique Cardoso venceu em 1994 e 1998. José Serra disputou em 2002 e 2010. Geraldo Alckmin (atualmente no PSB) disputou em 2006 e 2018, e Aécio Neves foi o postulante em 2014.
Sobre o futuro de João Doria, Orlando Morando considera que o ex-governador terá um período sabático para assimilar o cenário e depois definirá pessoalmente como vai participar da campanha em apoio ao chamado Centro Democrático. O prefeito reafirmou que quer um nome que possa furar a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os dois líderes das pesquisas pré-eleitorais.
(Entrevista: Leandro Amaral)