O câncer de ovário, que se manifesta de maneira silenciosa, requer atenção e monitoramento. De acordo com a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) sete em cada 10 mulheres morrem em decorrência do câncer de ovário no Brasil. Enquanto o INCA (Instituto Nacional de Câncer) estima que 6.650 novos casos deste tipo de câncer apareçam até o final de 2022.
Segundo o médico ginecologista e professor de Saúde Sexual Reprodutiva e Genética do Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Caio Parente Barbosa, o diagnóstico pode ser feito através de exame físico (palpação ou toque) ou ultrassom. Não há nenhum tipo de prevenção para a doença, exceto em pacientes que tenham genes específicos, onde o risco é aumentado. “Nestes casos, se recomenda que depois que a mulher tenha filhos seja feito um procedimento chamado ooferectomia bilateral (remoção dos ovários)”, ressalta o médico.
O ginecologista explica, ainda, que os sintomas costumam aparecer de forma mais clara quando a doença já está em estágio avançado. “Entre os (sintomas) mais comuns estão dores e desconforto na região abdominal, enjoos, e desregulamento do ciclo menstrual e intestinal”, diz.
O médico também ressalta a necessidade de realizar visita anual ao ginecologista e ultrassom com frequência para prevenção do câncer de ovário. “Infelizmente praticamente 60% dos casos são diagnosticados em estágios mais avançados, por ser uma doença silenciosa em sua fase inicial”, lamenta o Barbosa.
Questionado se a pandemia atrasou os diagnósticos de câncer de ovário, o médico responde que, por conta das mulheres deixarem de ir às consultas de rotina durante a pandemia, houve diagnósticos tardios. O atraso para diagnosticar a doença implica numa piora do prognóstico e no tratamento dos casos.
Para quem precisar de atendimento na Faculdade de Medicina do ABC, funciona mediante encaminhamento médico através do SUS (Sistema Único de Saúde), as unidades básicas encaminham o tratamento para a FMABC.