Maio é o Mês da Luta Antimanicomial e Diadema, por meio da Secretaria da Saúde, preparou série de atividades para enaltecer a data. As ações incluem rodas de conversa, caminhada e oficinas em diferentes territórios de abrangência dos CAPS. O movimento trava batalha contra a volta dos manicômios e dos tratamentos indignos.
As ações propostas são resultado direto da articulação com outros serviços da rede intersetorial e desenvolvidas em parceria com entidades da sociedade civil que vêm dialogando com a Saúde Mental, principalmente a partir da realização da 1ª Conferência de Saúde Mental de Diadema, realizada dia 19 de abril deste ano.
Histórico
O Dia Nacional de Luta Antimanicomial é celebrado em 18 de maio porque o movimento teve início em 18 de maio de 1987, com encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental em Bauru e a 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília.
A Luta Antimanicomial, que deu início à Reforma Psiquiátrica Brasileira, trouxe consigo os princípios da luta por Direitos Humanos, garantindo a autonomia e o cuidado em liberdade. É uma luta contemporânea à batalha por Reforma Sanitária e pela Democracia. A Lei 8.080/90 e a Lei 10.216/01 trouxeram as bases para a implantação de uma política de Saúde e de Saúde Mental baseada nos princípios da equidade, universalidade e integralidade do cuidado, reconhecendo os determinantes sociais do processo saúde-doença e garantindo o acesso e a qualidade dos serviços de modo integral e ofertando cuidado humanizado, que compreenda a singularidade do sujeito em suas necessidades.
A Reforma Psiquiátrica foi fundamental para consolidar a responsabilidade do Estado pela atenção à saúde psíquica da população e reformular o modelo assistencial ofertado as pessoas com transtornos mentais, retirando o paciente dos chamados “hospitais psiquiátricos (manicômios)” e incentivando a implantação de serviços substitutivos e também o tratamento em casa, mantendo os vínculos familiares e sociais, por meio da oferta de tratamento mais humanizado.
Dentro desse contexto, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Diadema, município que conta com o Dia Municipal da Luta Antimanicomial (Lei Municipal nº 3.970/2020), também celebrada no dia 18 de maio, elaborou a programação abaixo para marcar o mês de maio como o Mês da Luta Antimanicomial.
Veja abaixo a programação do Mês da Luta Antimanicomial em Diadema.
18 de maio, quarta-feira
No dia 18 de maio, quando se comemora o Dia Nacional e municipal da Luta Antimanicomial, as equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os usuários e seus familiares participarão do ato nacional “Democracia antimanicomial: contra o fascismo em defesa do cuidado em liberdade e dos Direitos Humanos”, que acontecerá no vão livre do MASP. O evento começa às 12h, com apresentações artísticas e uma passeata até a praça do ciclista, que fica na própria Av. Paulista.
Local: Vão livre do Masp. Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo.
- 25 de maio, quarta-feira.
13h30. Roda de conversa com o tema “Desafios atuais para a Saúde Mental e o território como estratégia de cuidado”, com convidada Patrícia Romano – Gerente do Caps III – Mauá; Mediação de Analdeci Moreira dos Santos – Coordenadora de Saúde Mental da SMS.
Local: Centro Cultural Vila Nogueira. Rua Marcos de Azevedo, 240 – Vila Nogueira.
- 26 de maio, quinta-feira
13h30. Concentração na Praça Matriz e deslocamento até a Câmara Municipal de Diadema (CMD).
14h. Tribuna Livre na CMD com falas dos usuários João Batista e André Torquato, que compõem o Fórum Popular de Saúde Mental de Diadema; e do trabalhador, Geovane Ferreira de Lima, do CAPS Infantojuvenil.
Local da concentração: Praça Matriz. Praça Padre Agostinho Bertoli, S/Nº – Centro.
Local das atividades: Câmara Municipal de Diadema. Av. Antônio Piranga, 474 – Centro.
- 27 de maio, sexta-feira.
13h30. Roda de conversa com o tema “Racismo faz mal à saúde mental”, com Márcia Damasceno e Juliana Rodrigues; Mediação de Elaine Aparecida Miguel.
15h30. Roda de Conversa com o tema “Questões psíquicas pós pandemia”, com Viviane Pereira e Geovane Lima; mediação de Daniel Ramos Caldas.
Além das rodas de conversa, haverá práticas integrativas em saúde, música, poesia, entre outras atividades.
Local: UBS Vila Paulina. Rua Afrânio Peixoto, 643 – Vila Paulina.
- 28 de maio, sábado.
8h – Entrevista à Rádio Imigrantes
Tema: Mês da Luta Antimanicomial: Impacto da Crise Sanitária decorrente da Pandemia da Covid-19 sobre a Saúde Mental e o Consumo de Álcool e outras drogas.
Entrevistada: Maria do Rosário da Costa Ferreira – Coordenadora do CAPS III Álcool e outras Drogas
- 31 de maio, terça-feira.
9h. Concentração no CAPS III Norte e caminhada com a oficina “Bate Lata” até o Centro Cultural Vladimir Herzog.
9h30. Apresentação de Dança Cigana.
10h. Roda de Conversa sobre “Luta Antimanicomial”, com Denise Miyamoto Apoiadora da Atenção Básica; Mediação de Analdeci Moreira dos Santos – Coordenadora de Saúde Mental da SMS.
Local da concentração: CAPS III Norte. Rua Capibaribe, 193 – Campanário.
Local das atividades: Centro Cultural Vladimir Herzog. Rua Eduardo de Matos, 159 – Campanário.
Atendimento
Diadema conta com uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) com 20 Unidades Básicas de Saúde (UBS) que possuem equipes de saúde mental, compostas por assistente social, fonoaudiólogo, psicólogo e psiquiatra, três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) tipo III, um CAPS Infantil e um CAPS Álcool e Drogas, atendimento no Pronto Socorro Central e enfermaria no Hospital Municipal, além de duas residências terapêuticas para pessoas egressas de hospitais psiquiátricos.
O usuário pode, primeiramente, procurar sua UBS de referência, que é a porta de entrada para a rede e onde ocorre o acolhimento mediante escuta qualificada e discussão do cuidado articulado em rede. Já os CAPS são porta aberta e funcionam de segunda a sexta, das 8h às 17h. Os endereços estão disponíveis em diadema.sp.gov.br/enderecos/325-contato/caps.