Dia das Mães promete ser primeira data com alta de vendas desde a pandemia

Expectativa de vendas no comércio para o Dia das Mães é bastante positiva. (Foto: Pedro Diogo)

As vendas no comércio ainda estão abaixo do patamar pré-pandemia e a recuperação tem sido gradual, mas a grande expectativa do comércio está baseada no Dia das Mães cujas previsões apontam que deve ficar 10% acima do volume de vendas do ano passado e de 2% a 3% acima das vendas de 2019, antes da pandemia. Se as previsões se concretizarem, a data mais importante do ano, depois do Natal, será a primeira com saldo positivo de vendas no comparativo com o último ano antes da chegada do novo coronavírus ao País.

É da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas no Estado de São Paulo (FCDLESP) a previsão de aumento de 2% a 3% a alta de vendas do Dia das Mães, em relação ao ano de 2019. Segundo Marcos Vicente, presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Diadema, ainda falta um pouco para o comércio igualar as vendas de 2019. “Estamos entre 6,5% e 6,7% abaixo do volume de vendas e 33% abaixo do faturamento, mas a gente tem percebido que se comparar os dois anos de pandemia essa última Páscoa foi a melhor dos últimos três anos, isso a gente pôde aferir com o pessoal que trabalha com o chocolate, acho que isso foi principalmente porque as pessoas já puderam se dirigir às lojas físicas sem limitações”, analisa.

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De acordo com Vicente, o setor de autopeças e de manutenção de veículos em geral tem crescido bastante em Diadema. Outro setor que está bem aquecido é o de vestuário. “As micro e pequenas empresas do setor de autopeças têm se sobressaído e um segmento nos chama bastante atenção que é o de bicicletas, não somente no número de bicicletarias, mas também na fabricação de bicicletas na cidade”, comenta o presidente da CDL.

O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), Valter Moura, também considera que as vendas ainda não empataram com 2019, mas avalia que a recuperação tem sido gradual e consistente. “Aquela fase aguda da pandemia passou e esperamos que ela não volte; a economia está se recuperando, o problema é o estrago que ela deixou; a grande quantidade de empresas que fecharam e quem sobreviveu está pagando as dívidas e o crédito que teve que buscar no período”, diz.

Moura concorda que o Dia das Mães deve dar o tom deste primeiro semestre e que a data deve ser boa para o varejo, ao apontar para um segundo semestre ainda melhor. “Eu estou otimista e também realista, o crescimento vai ser lento, mas sustentável, que é o que nós queremos. O setor de restaurantes está se recuperando melhor, vemos estabelecimentos lotados, muitos fecharam e os que sobreviveram voltaram a contratar. Eu acredito que o setor já trabalha no mesmo ritmo de antes da pandemia. O turismo também está saindo da crise, as praias estão lotadas nos fins de semana e feriados”, analisa.

Para o presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), José Eduardo Zago, o Dia das Mães promete um crescimento de vendas dentro do período de pandemia, de 10%, mas acha difícil ultrapassar as vendas que eram feitas antes da emergência de saúde pública. Segundo Zago, abril ainda não acabou e já é o melhor mês para o comércio desde o início da pandemia da covid-19. “Tivemos um crescimento neste mês de 10,2%, foi acima da expectativa, foi o melhor depois da pandemia, é lógico que a gente ainda encontra dificuldades, mas os comerciantes estão animados e nós também. A Páscoa foi bem, e eu acredito que o Dia das Mães, com o pessoal recebendo o abono, um décimo terceiro antecipado, as mães vão ganhar muitos presentes e vai ser uma bênção para os nossos comerciantes e, porque não também para a indústria. Então temos mais que ótimas expectativas de um crescimento bem interessante para o comércio em Mauá”, diz o dirigente da Aciam. “Para o Dia das Mães eu acredito que pode passar em vendas dos 10% talvez até mais, uns 15%, que seria maravilhoso, um crescimento bastante interessante, só que o Dia das Mães surpreende, pode ser bem mais. Eu sou otimista. Eu acredito até em 25% de crescimento na pandemia, mas nunca vai ser igual o que foi antes dela”, avalia.

Nacional

Pesquisa feita em todas as capitais pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil ( Serviço de Proteção ao Crédito), em parceria com a Offerwise, também mostra otimismo em relação ao Dia das Mães. O levantamento revela que 79% dos consumidores devem realizar pelo menos uma compra no período — o dado fica bastante próximo dos 77% observados em 2021. Em números absolutos, a expectativa é de que aproximadamente 127,2 milhões de brasileiros presenteiem alguém este ano, o que deve movimentar uma cifra próxima de R$ 28,16 bilhões nos segmentos de comércio e serviços.

Em relação aos gastos, 33% esperam gastar mais este ano, principalmente para comprar um presente melhor (41%), porque os produtos estão mais caros (40%) e porque vão comprar mais presentes (25%). Por outro lado, 23% pretendem gastar menos, sobretudo porque o cenário econômico está pior que no ano passado (31%), devido ao orçamento apertado (28%) e para economizar (20%).

Em média, cada cliente deve adquirir dois presentes e as principais presenteadas serão a mãe (76%), a esposa (19%) e a sogra (18%). 25% dos entrevistados devem gastar entre R$ 51 a R$ 200 com os presentes. Já considerando a média total de gastos, o brasileiro deve desembolsar R$ 221,42. Entre os entrevistados, 43% planejam comemorar na casa da mãe, 29% em sua própria casa e 11% vão almoçar fora (com aumento de 8 pontos percentuais frente a 2021).

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