O presidente da Aciam (Associação Comercial e Empresarial de Mauá), José Eduardo Zago, disse em entrevista ao RDTv desta quarta-feira (20/04) que o comércio da cidade cresceu 10,2% desde o início da pandemia até agora. Ele projeta também um crescimento desta ordem ou até maior neste mês de maio, com o Dia das Mães, a segunda data mais importante em vendas para o comércio, perdendo apenas para o Natal.
Segundo Zago abril ainda não acabou e já é o melhor mês para o comércio desde o início da pandemia da covid-19. “Tivemos um crescimento neste mês de 10,2%, foi acima da expectativa, foi o melhor depois da pandemia, é lógico que a gente ainda encontra dificuldades, mas os comerciantes estão animados e nós também. A Páscoa foi bem, e eu acredito que o Dia das Mães, com o pessoal recebendo o abono, um décimo terceiro antecipado, as mães vão ganhar muitos presentes e vai ser uma bênção para os nossos comerciantes e, porque não também para a indústria. Então temos mais que ótimas expectativas de um crescimento bem interessante para o comércio em Mauá”, disse o dirigente da Aciam.
“Para o Dia das Mães eu acredito que pode passar em vendas dos 10% talvez até mais, uns 15%, que seria maravilhoso, um crescimento bastante interessante, só que o Dia das Mães surpreende, pode ser bem mais. Eu sou otimista. Eu acredito até em 25% de crescimento na pandemia, mas nunca vai ser igual o que foi antes dela”.
Ônibus
Zago disse que uma das conquistas da Aciam no período foi conseguir reduzir o valor do Vale Transporte e limitando o valor das passagens de ônibus em R$ 5. Segundo ele a passagem mais barata ajuda a circulação de pessoas pela cidade e consequentemente impacta positivamente no comércio. “Mauá não é uma cidade rica, tem muitas indústrias, tem um comércio muito forte, com preço excelente e que atrai público das cidades vizinhas. O poder público poderia fazer campanhas para ajudar os comerciantes, mas uma das coisas que eu vejo como um empecilho é que muita gente tem que se deslocar de ônibus e nós tivemos um aumento da tarifa, que não foi justo. A Aciam entrou com dois recursos onde fomos agraciados com a volta, o retorno dos valores. Se hoje o munícipe pode pegar o ônibus mais barato, a Aciam que entrou com uma liminar e nós conseguimos já por duas vezes. Vamos para cima, para que não aumente o preço da tarifa de ônibus, que implica no desemprego”, explica.
Segundo o presidente da Aciam a tarifa mais alta faz com que os empresários relutem em contratar trabalhadores de Mauá. “Fica mais caro ter o trabalhador de Mauá justamente porque ele tem que se deslocar e o patrão dele tem que pagar por isso. Mauá tem uma tarifa absurda. Então peço que essa tarifa, para que não precisemos acionar o Judiciário de novo, baixe ou que seja condizente com o poder financeiro do munícipe”.
Além do crescimento do comércio a associação comercial também cresceu e muito. O número de associados cresceu 19% de janeiro de 2021 até abril deste ano. Se contar deste o início da gestão de Zago em 2020, o crescimento chega a 50%, passando de cerca de 400 associados para 600. O crescimento financeiro da entidade, graças a parcerias que foram celebradas foi de 800% de março de 2020 para este ano. “Acredito que nenhuma associação ou empresa cresceu tudo isso. De 2021 a 2022 crescemos mais de 200%, tínhamos tudo para dar errado e conseguimos dar certo”.
Ambulantes
A Aciam quer que a prefeitura fiscalize melhor o comércio ambulante no Centro da cidade principalmente e chegou a judicializar a questão. “Entramos com uma ação com pedido de liminar contra a prefeitura em relação aos camelôs, nós não conseguimos andar pelas calçadas do Centro e bairros. Não temos nada contra camelô, temos tudo a favor dos comerciantes, e dos transeuntes que têm algum tipo de deficiência física, que andem de cadeira de rodas de muleta, bengala. Essas pessoas não conseguem trafegar, eu mesmo não conseguia. Pedi para advogado entrar com ação para que eles fossem para o lugar adequado, mas estão em frente ao comércio. Os camelôs deveriam ficar no Boulevard, igual existe no Brás. Eles não podem estar na calçada”, comenta.
Como forma de oferecer mais serviços e também atrair mais associados a Aciam vai instalar um pólo EAD (Educação à Distância) na sua sede, e também pensa em trazer de volta o posto da Junta Comercial. A entidade também vai aumentar a acessibilidade do prédio com uma plataforma elevatória. “Vamos trazer representantes da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) que tem espaço, lá está aberto, é a casa do empresário. Temos cursos gratuitos que o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) dá, temos parcerias boas com o Sicredi”, elencou José Eduardo Zago.